Para alguns, governadora só quer ganhar tempo para campanha política; outros acreditam em escândalo

DO ENVIADO ESPECIAL AO ALASCA

Sarah Palin, 45, continua "causando". Na penúltima sexta, 3 de julho, véspera do aniversário da Independência dos EUA, anunciou sua renúncia ao governo do Alasca, devendo deixar o cargo até o final do mês, provavelmente no dia 26.
Eleita em 2006, Palin foi a primeira mulher a governar o Alasca, guindado à condição de 49º Estado norte-americano há 50 anos. E, neófita em política -antes, entre 1996 e 2002, foi prefeita da pequena cidade de Wasilla-, declarou, na cerimônia de posse, que traria "energia nova" ao Estado.
No ano passado, Palin ganhou notoriedade ao se candidatar à vice-presidência dos EUA pela chapa republicana encabeçada por John McCain. O democrata Barack Obama venceu as eleições, mas Palin, no papel de "a americana verdadeira", deu o que falar.
Apareceu com rifle na mão diante de um alce abatido. E, com terninhos coloridos -que custaram aos cofres republicanos US$ 150 mil-, tentaram, em vão, colar nela a imagem de uma conservadora moderna.
Em campanha recheada de gafes, foi ironizada em programas de TV. No YouTube, o filme da atriz Tina Fey parodiando o seu jeito (www.youtube.com/watch?v=FdDqSvJ6aHc) é um dos recordistas de acesso.
Mas o que, afinal, teria levado Palin a anunciar que está deixando o governo do Alasca?
Alguns especulam que poderia haver um escândalo iminente -e prestes a se tornar público. Outros dizem que ela precisaria de tempo para fazer uma campanha política por todo o país com vistas ao Senado dos EUA, em 2010, ou às eleições presidenciais, em 2012.
John Weaver, conselheiro político de John McCain, disse ao "Wall Street Journal" já ter visto "muito comportamento maluco de governadores e líderes republicanos" e arrematou: "Mas esse anúncio de Palin está no topo da lista". (SILVIO CIOFFI)


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