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NOS TRILHOS
Trens brasileiros são apenas turísticos
Malha ferroviária brasileira soma menos de 2 mil km contra mais de 200 mil km da malha européia
Divulgação
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Maria-fumaça que faz o trajeto entre São João del Rey e Tiradentes, em Minas |
DA REDAÇÃO
Os turistas que gostariam de
explorar o Brasil dentro de um
trem sofrem: o país conta com
apenas três linhas de passageiros de longa distância -de Belo
Horizonte (MG) a Vitória (ES),
de São Luís (MA) a Carajás (PA)
e de Curitiba a Paranaguá (PR).
O trem que percorre 664 km
entre a capital mineira e a capixaba faz 29 escalas e leva 13 horas. Um trem de alta velocidade
europeu cumpriria o mesmo
trajeto em duas horas.
Os outros roteiros, em geral
feitos por maria-fumaças, envolvem trajetos curtos, como o
de Campinas a Jaguariúna, de
24 km. O trem, do século 19, toma mais de três horas. Como
transporte, portanto, esqueça
-andando levemente acelerado, você tem chance de deixar
para trás muita maria-fumaça
experiente por aí.
Os passeios costumam envolver trechos históricos, como
o que ocorre entre São Lourenço e Soledade de Minas, o chamado Trem das Águas, que na
primeira classe oferece degustação de queijos, doces e vinhos. A ferrovia foi projetada e
construída pelos ingleses há 115
anos e utilizada pela comitiva
de dom Pedro 2º.
Também há opções temáticas. No Rio Grande do Sul, há
degustação de suco de uva e de
espumante em Garibaldi e de
vinho em Bento Gonçalves.
Os trens geralmente só funcionam nos finais de semana,
expandindo os horários na alta
temporada. Há ainda os sazonais, como o Trem do Forró,
que em junho demora cinco horas para percorrer 42 km entre
Recife e Santo Agostinho. Mas,
nesse caso, a lentidão é uma
virtude: um forró pé-de-serra
embala a viagem, propositadamente devagar para que os passageiros possam dançar.
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