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LOUISIANA, 200
Propriedades entre Nova Orleans e Baton Rouge do século 19 traduzem herança da vida francesa e dos escravos
Fazendas recriam passado no sul dos EUA
DO ENVIADO ESPECIAL À LOUISIANA
A visita à fazenda que se auto-denomina Laura, a Creole Plantation (www.lauraplantation.com), na altura do 2.247 da Highway 18, é o que o guia "Lonely Planet" chamou de "o melhor tour
histórico dos EUA".
Exageros à parte, a propriedade
recria o passado -alegre e trágico- de como era a vida numa
propriedade rural que produzia
açúcar na Louisiana a partir de
diários deixados por Laura Locoul Gore (1861-1963).
Originalmente habitada por índios colapissas, a área -que fica a
meio caminho entre Nova Orleans e Baton Rouge- foi colonizada por proprietários de origem
francesa e por escravos negros
vindos primordialmente da região do Senegal, mas também de
Guadalupe e da Martinica.
De madeira e voltada para o rio,
a sede da fazenda foi construída
em 1805 e tem hoje aspecto original, com a fachada pintada de
amarelo e as janelas, de verde.
Outros 27 prédios compõem o
conjunto, ficando atrás da casa-grande e respeitando um código
de cores. Os galpões de animais
eram vermelhos, os prédios comerciais, verdes, os depósitos tinham cor cinzenta e as cozinhas,
externas, eram cor-de-rosa.
Em casas como essa, cuja visita
guiada dura uma hora, os fazendeiros viviam nove meses por
ano. Nos outros três meses mudavam para Nova Orleans, sobretudo para brincar no Carnaval
(Mardi Gras). Há fotos em que a
própria Laura aparece vestindo
fantasia.
Outras "plantations"
Na Louisiana, dezenas de velhas
fazendas estão abertas à visitação,
cobrando entradas em torno de
US$ 10. Quase ao lado da propriedade onde Laura morou, a Oak
Alley Plantation (www.oakalleyplantation.com) é uma casa aristocrática de alvenaria edificada
em 1839, com colunas na fachada
e frente emoldurada por duas fileiras de carvalhos de 200 anos.
Em outra propriedade chamada
Nottoway (www.nottoway.com),
na saída 182 da Highway 1, funcionam uma pousada e um restaurante elogiados pela revista "Condé Nast Traveler".
Edificada em estilo europeu em
1859, tem na decoração interna
inúmeras obras de arte, lustres de
cristal e mobiliário de época.
Já a Oakley Plantation, que fica a
30 minutos de carro de Baton
Rouge, na rodovia LA 965, encerra todo um complexo que recria a
época das fazendas e é mantida
pela sociedade Audubon
(www.crt.state.la.us). O próprio
naturalista John James Audubon
esteve lá, em 1821.
A velha casa
Mais nova que as sedes de fazendas, outra mansão de época que
vale ser vista é a Old Governor's
Mansion (www.oldgovernorsmansion.com). Conservada pela
Foundation for Historical Louisiana (www.fhl.org), fica dentro
de Baton Rouge, na altura do número 502 do North Boulevard.
Construída pelo governador
Huey P. Long -o mesmo que legou à capital o prédio que é sede
do governo da Louisiana -, a mansão custou
US$ 150 mil em 1930.
O projeto de estilo algo georgiano, elaborado pela empresa
Weiss, Dreyfous and Sieferth, de
Nova Orleans, é nitidamente inspirado nas "plantations" seculares que dominavam a paisagem
diante do rio Mississippi.
Mas é na decoração interna dessa mansão, nos seus imensos lustres de cristal, que reside seu
maior interesse. A sala dos jantares oficiais é coberta por um papel
de parede que mostra cenas de
"Panoramas da América do Norte", pintado originalmente em
1834 e contendo inclusive cenas
alusivas a cidades como Nova
York e Boston, além de vistas das
cataratas de Niágara.
(SILVIO CIOFFI)
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