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NE CONCENTRADO
Apetrechos são usados para comer caranguejo, principal prato da mesa local
Tábua e martelo substituem talher
DA ENVIADA ESPECIAL A SERGIPE
O caranguejo é a principal
iguaria que sai das cozinhas
sergipanas. O Estado deve seu
nome a esse bicho. Do tupi
"si'riüpe", que quer dizer "rio
dos siris".
Ao lado do Piauí, o Estado
tem a maior produção de caranguejos do Nordeste. Isso se
deve à infinidade de rios e manguezais -são seis barras de rio.
Como não poderia deixar de
ser, foi criada, então, a Passarela do Caranguejo, em Atalaia.
Trata-se de bares e restaurantes especializados nos mais diversos tipos de prato com o crustáceo.
Para quem nunca comeu caranguejo, a experiência pode
parecer impossível. Mas, com
paciência, descobre-se que o
grande barato de apreciar o
prato é justamente o tempo
que se leva descobrindo a carne, quebrando patinhas, patolas e "cabeça".
Cada bar provê o comensal
com apetrechos personalizados, mas todos têm a pequena
tábua, um martelo (ou pedaço
de madeira) e um pratinho para
o depósito das cascas.
A carne é branca e adocicada,
e o tempero do caldo de cozimento completa o sabor. Não
se assuste ao saber que os bichos são jogados vivos na água:
isso garante o frescor do prato,
sem riscos de intoxicação.
A maior parte dos restaurantes tem seu próprio viveiro,
com os crustáceos alimentados
de cuscuz, vivendo em água salgada e bem limpos da lama do
manguezal.
Em média, a unidade custa
de R$ 3 a R$ 4.
De acordo com os sergipanos, a época ideal para comer
caranguejo é nos meses que
não têm a letra "R" (de maio a
agosto), quando eles estão
maiores e mais gordos.
Quem não quiser ter o trabalho de escarafunchar o caranguejo para encontrar a carne
pode experimentá-la em casquinhas, preparadas com a carne "catada", ou seja, já separada
e desfiada, patolas -as duas
pinças grandes- à milanesa ou
caldinhos.
Do rio
A outra especialidade de Sergipe é o pitu, camarão graúdo
que vive em água doce e também é preparado de maneiras
variadas.
Em geral, vem à mesa acompanhado de pirão, feito com o
caldo do pitu engrossado com
farinha de mandioca.
Um excelente local para prová-lo é o Pitu com Pirão da Eliane, especializado na iguaria. Os
destaques da casa são o pitu
sem casca (R$ 49,90), a moqueca de pitu (com urucum, azeite
de oliva e leite de coco e servido
com pirão e arroz; R$ 44,90) e a
moqueca de robalo (R$ 39,50).
Mais típica do interior, mas
igualmente presente em Aracaju, a carne-de-sol é suculenta,
macia e vem acompanhada pelo delicioso pirão de leite.
Apesar do forte calor que faz
durante o dia, na hora de ir comer, lembre-se de sempre levar
um casaquinho. Não só porque
a brisa noturna esfria a cidade
mas também porque praticamente todos os restaurantes de
Aracaju têm ar-condicionado.
PITU COM PIRÃO DA ELIANE
Av. Santos Dumont, 957; de seg. a
sáb., das 11h às 18h; aos dom. das
11h às 22h
Tel.: 0/xx/79/243-4747
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