São Paulo, quinta-feira, 16 de novembro de 2006

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NE CONCENTRADO

Apetrechos são usados para comer caranguejo, principal prato da mesa local

Tábua e martelo substituem talher

DA ENVIADA ESPECIAL A SERGIPE

O caranguejo é a principal iguaria que sai das cozinhas sergipanas. O Estado deve seu nome a esse bicho. Do tupi "si'riüpe", que quer dizer "rio dos siris".
Ao lado do Piauí, o Estado tem a maior produção de caranguejos do Nordeste. Isso se deve à infinidade de rios e manguezais -são seis barras de rio. Como não poderia deixar de ser, foi criada, então, a Passarela do Caranguejo, em Atalaia. Trata-se de bares e restaurantes especializados nos mais diversos tipos de prato com o crustáceo.
Para quem nunca comeu caranguejo, a experiência pode parecer impossível. Mas, com paciência, descobre-se que o grande barato de apreciar o prato é justamente o tempo que se leva descobrindo a carne, quebrando patinhas, patolas e "cabeça".
Cada bar provê o comensal com apetrechos personalizados, mas todos têm a pequena tábua, um martelo (ou pedaço de madeira) e um pratinho para o depósito das cascas.
A carne é branca e adocicada, e o tempero do caldo de cozimento completa o sabor. Não se assuste ao saber que os bichos são jogados vivos na água: isso garante o frescor do prato, sem riscos de intoxicação.
A maior parte dos restaurantes tem seu próprio viveiro, com os crustáceos alimentados de cuscuz, vivendo em água salgada e bem limpos da lama do manguezal. Em média, a unidade custa de R$ 3 a R$ 4.
De acordo com os sergipanos, a época ideal para comer caranguejo é nos meses que não têm a letra "R" (de maio a agosto), quando eles estão maiores e mais gordos.
Quem não quiser ter o trabalho de escarafunchar o caranguejo para encontrar a carne pode experimentá-la em casquinhas, preparadas com a carne "catada", ou seja, já separada e desfiada, patolas -as duas pinças grandes- à milanesa ou caldinhos.

Do rio
A outra especialidade de Sergipe é o pitu, camarão graúdo que vive em água doce e também é preparado de maneiras variadas. Em geral, vem à mesa acompanhado de pirão, feito com o caldo do pitu engrossado com farinha de mandioca.
Um excelente local para prová-lo é o Pitu com Pirão da Eliane, especializado na iguaria. Os destaques da casa são o pitu sem casca (R$ 49,90), a moqueca de pitu (com urucum, azeite de oliva e leite de coco e servido com pirão e arroz; R$ 44,90) e a moqueca de robalo (R$ 39,50).
Mais típica do interior, mas igualmente presente em Aracaju, a carne-de-sol é suculenta, macia e vem acompanhada pelo delicioso pirão de leite. Apesar do forte calor que faz durante o dia, na hora de ir comer, lembre-se de sempre levar um casaquinho. Não só porque a brisa noturna esfria a cidade mas também porque praticamente todos os restaurantes de Aracaju têm ar-condicionado.


PITU COM PIRÃO DA ELIANE
Av. Santos Dumont, 957; de seg. a sáb., das 11h às 18h; aos dom. das 11h às 22h
Tel.: 0/xx/79/243-4747


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