São Paulo, segunda-feira, 17 de junho de 2002

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Piccadilly ainda é ponto de partida para conhecer a metrópole

Londres é cidade de pouco siso e muito riso

DO ENVIADO ESPECIAL A LONDRES

Em Londres, onde o Jubileu de Ouro virou CD, DVD e vídeo da BBC (que pode ser adquirido no site www.bbc.co.uk), a revitalização começou antes do novo milênio. Em 2000, a metrópole, de 7 milhões de habitantes, já havia despoluído o rio Tâmisa e viajava a Paris em três horas, no trem Eurostar. Houve ainda o resgate do design e do britpop, a moda festejou Stella McCartney e Maria Grachvogel -sucessoras da "vovó" Mary Quant e da "mãe rebelde" Vivianne Westwood.
Identificado com a época da contracultura, Piccadilly, bairro ao redor da estátua de Eros -de Alfred Gilbert, docemente equilibrada numa coluna desde 1892-, sofreu. Mas segue sendo o local dos cinemas, do distrito dos teatros, em cujos limites estão os restaurantes de Chinatown.
Hoje, Londres quase não passeia em torno da estátua art nouveau de Peter Pan (de George Frampton, 1912, nos jardins de Kensington). Ela se diverte -e vai a museus modernos- em South Bank/Southwark, do outro lado do rio, bairro que, a propósito do novo milênio e, agora, dos 50 anos de reinado, foi reurbanizado (leia às págs. F8 e F9).
Mesmo assim, ir a Londres e não ver a estátua do cupido soa como heresia. Aparências enganam, e a capital britânica, pontuada por essas estátuas, é cidade de pouco siso e muito riso (deu à luz o humor lírico de Charlie Chaplin e a graça desenxabida de Rowan "Mister Bean" Atkinson).
A propósito da fantasia que a cidade inspira, Samuel Johnson (1709?-1784), o homem que compilou o primeiro dicionário inglês definitivo, dizia que "quem cansa de Londres cansa da vida".
Para ver o básico, Piccadilly é bom ponto de partida. A dica para quem pode morrer com 15 libras é pegar o ônibus que parte dali e faz tour circular de 90 minutos. Já o ônibus regular custa só 1 libra, mas também ajuda a entender a cidade. Se você sabe aonde ir, o metrô ("underground"), que tem 300 estações e 11 linhas e circula até a meia-noite, economiza tempo, pois o trânsito é intenso.
Num par de horas, o ideal é ir ao British Museum (Great Russell Street WC1B3DG, www.thebritishmuseum.ac.uk) e ver os frisos retirados do Parthenon de Atenas de 1799 a 1803. Ou passear a pé pelo bairro de Knightsbridge, entrando na Harrod's (que era chique e ficou cafona sob a gestão Al-Fayed) e, a seguir, ir até South Kensington. Já em South Kensington, o Victoria & Albert Museum (Cromwell Road SW7, www.vam.ac.uk) reúne esculturas, mostra de moda e quadros de Constable e de Turner. (SC)


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