São Paulo, quinta-feira, 17 de agosto de 2006

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Destino Grécia

Por €26 é possível ir a Santorini, que foi destruída duas vezes, por erupção vulcânica e terremoto

Ilhas gregas não são exclusividade de deuses da fortuna

FABIO MARRA
DO ENVIADO ESPECIAL À GRÉCIA

Qual é a graça de ir ao Rio de Janeiro e não visitar o Cristo Redentor ou o Pão de Açúcar? É mais ou menos como ir a Atenas e não conhecer as ilhas gregas. Se o problema é tempo ou dinheiro, agências tentam remediar oferecendo pacotes para viagens de uma dia pelas ilhas Argo-Sarônicas, conjunto que reúne as ilhas Salamina, Póros, Egina, Hidra, Spétses e Citera. Com um pouco mais de disponibilidade, é possível ir a uma das mais belas ilhas da Grécia: Santorini.
Viagem exclusiva para milionário? Embora pareça, não é preciso ser o deus da fortuna para conhecer esse lugar.
O traslado até Santorini custa €26 -não é na primeira classe-, e a hospedagem em uma pousada bacana sai por cerca de €30.
Depois de 11 horas de viagem, o navio finalmente começa a atracar no pequeno porto da ilha. As casinhas brancas contrastam com os tons marrom e laranja do penhasco, onde parecem estar penduradas. Há que se incluir no cenário o mar profundamente azul.
Santorini é fonte de reflexão e de inspiração para estudiosos e escritores -até Platão fez referência a Santorini, identificando o lugar como "a ilha do reino perdido de Atlântida", o continente que, por castigo divino, desapareceu sob as águas, levando a civilização e o egoísmo de seus habitantes.
Os primeiros habitantes chegaram à ilha em 3000 a.C. e desenvolveram, com a ajuda de povos originários da Ásia Menor, uma civilização com fortes atividades políticas e culturais, reveladas nas escavações arqueológicas feitas em vários pontos da região. Em 1450 a.C., a ilha vulcânica entrou em erupção. A população foi devastada, e a geografia, alterada. A mudança deu à ilha um formato de lua crescente, amenizando a tragédia ao menos aos olhos dos poetas.
Por 250 anos, ficou totalmente desabitada. Em 1200 a.C., os fenícios -povo marinheiro do Mediterrâneo oriental- passaram por lá, mas não ficaram. Em 1000 a.C. foi a vez dos gregos dórios. A ilha foi batizada de Thira, e os gregos deram início à reconstrução das vilas. O trabalho cessou em 1956, quando Santorini foi novamente destruída por um terremoto -capricho da natureza.
É possível chegar lá também de avião. A partir de Atenas, o vôo demora apenas 40 minutos, mas a maioria dos turistas prefere chegar de navio e, aos poucos, entrar no clima para se sentir quase um deus afortunado por alguns dias.


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