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Destino Grécia
Por €26 é possível ir a Santorini, que foi destruída duas vezes, por erupção vulcânica e terremoto
Ilhas gregas não são exclusividade de deuses da fortuna
FABIO MARRA
DO ENVIADO ESPECIAL À GRÉCIA
Qual é a graça de ir ao Rio de
Janeiro e não visitar o Cristo
Redentor ou o Pão de Açúcar?
É mais ou menos como ir a Atenas e não conhecer as ilhas gregas. Se o problema é tempo ou
dinheiro, agências tentam remediar oferecendo pacotes para viagens de uma dia pelas
ilhas Argo-Sarônicas, conjunto
que reúne as ilhas Salamina,
Póros, Egina, Hidra, Spétses e
Citera. Com um
pouco mais de disponibilidade,
é possível ir a uma das mais belas ilhas da Grécia: Santorini.
Viagem exclusiva para milionário? Embora pareça, não é
preciso ser o deus da fortuna
para conhecer esse lugar.
O traslado até Santorini custa €26 -não é na primeira
classe-, e a hospedagem em
uma pousada bacana sai por
cerca de €30.
Depois de 11 horas de viagem, o navio finalmente começa a atracar no pequeno porto
da ilha. As casinhas brancas
contrastam com os tons marrom e laranja do penhasco, onde parecem estar penduradas.
Há que se incluir no cenário o
mar profundamente azul.
Santorini é fonte de reflexão
e de inspiração para estudiosos
e escritores -até Platão fez referência a Santorini, identificando o lugar como "a ilha do
reino perdido de Atlântida", o
continente que, por castigo divino, desapareceu sob as águas,
levando a civilização e o egoísmo de seus habitantes.
Os primeiros habitantes chegaram à ilha em 3000 a.C. e desenvolveram, com a ajuda de
povos originários da Ásia Menor, uma civilização com fortes
atividades políticas e culturais,
reveladas nas escavações arqueológicas feitas em vários
pontos da região. Em 1450 a.C.,
a ilha vulcânica entrou em
erupção. A população foi devastada, e a geografia, alterada.
A mudança deu à ilha um formato de lua crescente, amenizando a tragédia ao menos aos
olhos dos poetas.
Por 250 anos, ficou totalmente desabitada. Em 1200
a.C., os fenícios -povo marinheiro do Mediterrâneo oriental- passaram por lá, mas não
ficaram. Em 1000 a.C. foi a vez
dos gregos dórios. A ilha foi batizada de Thira, e os gregos deram início à reconstrução das
vilas. O trabalho cessou em
1956, quando Santorini foi novamente destruída por um terremoto -capricho da natureza.
É possível chegar lá também
de avião. A partir de Atenas, o
vôo demora apenas 40 minutos, mas a maioria dos turistas
prefere chegar de navio e, aos
poucos, entrar no clima para se
sentir quase um deus afortunado por alguns dias.
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