São Paulo, quinta-feira, 17 de agosto de 2006

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217 km de SP

Ilhabela abre espaço para mais esportistas

Quando se pensa em Ilhabela, município a 217 km de São Paulo, logo vem à mente a relação daquele arquipélago com a prática da vela. Tido como território náutico pela excelência de suas condições de vento e mar, Ilhabela é uma reserva por natureza -85% de sua área está englobada no Parque Estadual de Ilhabela. Embora seja palco histórico do desenvolvimento da arte de velejar, o lugar é um ótimo cenário para pedaladas, prática de kitesurfe, mergulho e atividades afins em que o patrimônio natural é protagonista.

RENATO STOCKLER
ENVIADO ESPECIAL A ILHABELA (SP)

A antiga ilha de São Sebastião, que tem a mais importante semana de vela da América Latina, é hoje palco para as acrobacias de outros esportes.
A rotina do arquipélago abre espaço para os praticantes do kitesurfe, mountain-bike, triatlo, caiaque, entre outros.
Naturalmente, o que atletas procuram são condições ideais para praticar suas modalidades. Esse cenário atraiu para a ilha alguns praticantes do kitesurfe no final da década de 90.
Mas o que não se esperava era a profunda difusão do esporte entre os habitantes das ilha: o contato entre os surfistas de pipa do continente e o estrito conhecimento da natureza quase inerente ao caiçara permitiu que o kite se espalhasse como se fosse uma febre.
O praticante de São Paulo viu no nativo de Ilhabela forte potencial para o desenvolvimento do kitesurfe profissional. "O caiçara pesca, tem boa noção de vento, de onda, do mar... tem contato direto com a natureza.
Isso chamou a atenção de patrocinadores", afirma Luiz Paladino de Araújo, 19, conhecido por Luizinho, instrutor da BL3 Escola de Kite e Oceano (0/ xx/12/3896-1034).
O atual tricampeão brasileiro na modalidade é o caiçara Guilherme Brandão, o Gili. Seguido dele vêm outros competidores de renome, como Vitor Andrade, o Pimpolho, e Miller Moraes, filhos de pescadores.

De vento em popa
Quando se observa alguém praticando essa modalidade, é impossível desviar o olhar: o visual da pipa e o radicalismo das manobras chamam muito a atenção de qualquer espectador e logo criam um desejo em praticar o esporte. Mas o instrutor alerta para algumas normas de segurança, pois controlar a pipa não é tão simples quanto parece.
"É fundamental fazer algumas aulas também para manusear o equipamento sem danificá-lo, pois o mar e o vento exigem raciocínio e reflexos rápidos." Luizinho ainda afirma que a evolução no kite é bastante rápida, ao contrário da vela e de outros esportes de prancha: "É a união de vários esportes radicais, como o surfe e o parapente, com a vela. Então o contato anterior com esses esportes facilita essa evolução."
O vento típico para a prática do kitesurfe na ilha é o leste, à tarde, e o sudeste nas frentes frias. Os principais picos (praias) são Perequê, Ponta das Canas (mais conhecida como praia do Farol), Siriúba e Engenho. Em dias em que o vento afunila entre o continente e o arquipélago, a ilha das Cabras é um bom local para o surfista de pipa "voar mais alto".


O repórter-fotográfico Renato Stockler viajou a convite da X-Terra

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