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217 km de SP
Ilhabela abre espaço para mais esportistas
Quando se pensa em Ilhabela, município a 217 km de
São Paulo, logo vem à mente a relação daquele arquipélago com a prática da vela. Tido como território
náutico pela excelência de suas condições de vento e
mar, Ilhabela é uma reserva por natureza -85% de
sua área está englobada no Parque Estadual de Ilhabela. Embora seja palco histórico do desenvolvimento
da arte de velejar, o lugar é um ótimo cenário para pedaladas, prática de kitesurfe, mergulho e atividades
afins em que o patrimônio natural é protagonista.
RENATO STOCKLER
ENVIADO ESPECIAL A ILHABELA (SP)
A antiga ilha de São Sebastião, que tem a mais importante semana de vela da América
Latina, é hoje palco para as
acrobacias de outros esportes.
A rotina do arquipélago abre
espaço para os praticantes do
kitesurfe, mountain-bike, triatlo, caiaque, entre outros.
Naturalmente, o que atletas
procuram são condições ideais
para praticar suas modalidades. Esse cenário atraiu para a
ilha alguns praticantes do kitesurfe no final da década de 90.
Mas o que não se esperava era a
profunda difusão do esporte
entre os habitantes das ilha: o
contato entre os surfistas de pipa do continente e o estrito conhecimento da natureza quase
inerente ao caiçara permitiu
que o kite se espalhasse como
se fosse uma febre.
O praticante de São Paulo viu
no nativo de Ilhabela forte potencial para o desenvolvimento
do kitesurfe profissional. "O
caiçara pesca, tem boa noção de
vento, de onda, do mar... tem
contato direto com a natureza.
Isso chamou a atenção de patrocinadores", afirma Luiz Paladino de Araújo, 19, conhecido
por Luizinho, instrutor da BL3
Escola de Kite e Oceano (0/
xx/12/3896-1034).
O atual tricampeão brasileiro
na modalidade é o caiçara Guilherme Brandão, o Gili. Seguido
dele vêm outros competidores
de renome, como Vitor Andrade, o Pimpolho, e Miller Moraes, filhos de pescadores.
De vento em popa
Quando se observa alguém
praticando essa modalidade, é
impossível desviar o olhar: o visual da pipa e o radicalismo das
manobras chamam muito a
atenção de qualquer espectador e logo criam um desejo em
praticar o esporte. Mas o instrutor alerta para algumas normas de segurança, pois controlar a pipa não é tão simples
quanto parece.
"É fundamental fazer algumas aulas também para manusear o equipamento sem danificá-lo, pois o mar e o vento exigem raciocínio e reflexos rápidos." Luizinho ainda afirma
que a evolução no kite é bastante rápida, ao contrário da vela e
de outros esportes de prancha:
"É a união de vários esportes
radicais, como o surfe e o parapente, com a vela. Então o contato anterior com esses esportes facilita essa evolução."
O vento típico para a prática
do kitesurfe na ilha é o leste, à
tarde, e o sudeste nas frentes
frias. Os principais picos
(praias) são Perequê, Ponta das
Canas (mais conhecida como
praia do Farol), Siriúba e Engenho. Em dias em que o vento
afunila entre o continente e o
arquipélago, a ilha das Cabras é
um bom local para o surfista de
pipa "voar mais alto".
O repórter-fotográfico Renato Stockler viajou a
convite da X-Terra
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