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PROVENÇA
Entre 1309 e 1377, a corte papal deixou Roma e teve sede em Avignon
Papas locais abençoaram a arte e o luxo da cidade
da Reportagem Local
Nunca efervescências políticas
resultaram em benefício artístico
tão comensurável como na Provença durante o século 14, quando
a sede do papado foi transferida de
Roma para Avignon.
Graças à rebeldia explícita de
mantenedores de terras da Igreja
nos arredores de Roma, imersa em
um ambiente pouco seguro para o
papado, Avignon, que pertencia a
vassalos do papa, foi escolhida como sede do cristianismo. Para isso
foi fundamental a pressão exercida
pelo influente rei Felipe 5º, da
França.
Entre 1309 e 1377, quando a corte
papal mudou-se para Avignon, os
papas, como Clemente 6º e Benedito 13, todos franceses, fizeram da
cidade e de Aix-en-Provence reluzentes centros da arte gótica.
Cacife para isso não faltou. Enquanto o papa Clemente 6º não hesitava em pagar 80 mil florins
(uma fortuna, na época) para comprar Avignon do reinado de Nápoles, também era generoso com os
artistas, contratando os melhores
da Europa, quase todos italianos.
Graças a essa política, Simone
Martini, de Siena, e Giovanetti da
Viterbo imprimiram o estilo italiano, particularmente o de Siena, na
região da Provença. Seus afrescos
decoram o Palácio dos Papas e
muitos outros edifícios da cidade e
redondezas.
O impacto artístico que esses e
outros mestres italianos produziram na Provença foi tal que mesmo após a volta do papado para
Roma, exigida pelos países cristãos, seu brilho permaneceu quase
irretocado.
A chamada escola artística de
Avignon se desenvolveu mais ainda no século 15, quando a doçura
das figuras italianas uniu-se ao
gosto pelos detalhes, o que é típico da pintura flamenga, que acabara de ser
criada.
O resultado foi tão elevado quanto as obras produzidas: a escola de
Avignon influenciou, e muito, a
pintura francesa durante os séculos 15 e 16.
(CARLA ARANHA)
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