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FÉ
Israel e a Igreja disputam o barco de Jesus
das agências internacionais
O Ministério de Educação e Cultura de Israel decidiu não emprestar ao Vaticano o Barco de Jesus,
relíquia que deveria ser exibida na
Santa Sé no ano 2000, quando serão comemorados os dois milênios
do nascimento de Cristo. A decisão
rompe um acordo verbal firmado
entre Israel e a Santa Sé.
O Barco de Jesus foi descoberto
há 13 anos no lago Tiberíades, no
norte de Israel. Pertenceu a pescadores na época de Cristo, que, segundo a tradição cristã, realizou
milagres na embarcação.
O antigo barco de madeira, com
cerca de 2.000 anos de idade, está
exposto no kibutz Guinosar. Seus
habitantes acharam a relíquia no
lago num dia de baixo nível de
água. Antes de ser exposto à visitação pública, ele passou por um tratamento químico que durou dez
anos. Hoje, o kibutz é muito visitado por interessados em observar o
barco.
O Vaticano vem solicitando há
três anos o empréstimo da relíquia. A diretoria de Antiguidades
de Israel havia concordado com o
pedido na última semana.
Após firmado o acordo, o governo do país indeferiu a decisão, alegando temer que a peça se desintegre durante o transporte. Também
se mostrou contrário ao alto custo
do traslado. O transporte do barco
custaria cerca de US$ 1 milhão.
Israel ordenou que fosse cancelado o acordo com o Vaticano. A atitude contou com o apoio do kibutz
que abriga a relíquia, a maior atração turística do lugar. No ano 2000,
o número de visitantes do local pode chegar a 3 milhões.
Ao ser informada sobre o problema, a Santa Sé declarou na segunda-feira passada que todos os custos com transporte ficariam por
sua conta, assim como os gastos
envolvidos na preservação do tesouro religioso.
Devido à polêmica provocada, o
Vaticano emitiu uma nota oficial
na última quarta-feira informando
não ter mais interesse no empréstimo da relíquia.
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