São Paulo, segunda, 18 de janeiro de 1999

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Israel e a Igreja disputam o barco de Jesus

das agências internacionais

O Ministério de Educação e Cultura de Israel decidiu não emprestar ao Vaticano o Barco de Jesus, relíquia que deveria ser exibida na Santa Sé no ano 2000, quando serão comemorados os dois milênios do nascimento de Cristo. A decisão rompe um acordo verbal firmado entre Israel e a Santa Sé.
O Barco de Jesus foi descoberto há 13 anos no lago Tiberíades, no norte de Israel. Pertenceu a pescadores na época de Cristo, que, segundo a tradição cristã, realizou milagres na embarcação.
O antigo barco de madeira, com cerca de 2.000 anos de idade, está exposto no kibutz Guinosar. Seus habitantes acharam a relíquia no lago num dia de baixo nível de água. Antes de ser exposto à visitação pública, ele passou por um tratamento químico que durou dez anos. Hoje, o kibutz é muito visitado por interessados em observar o barco.
O Vaticano vem solicitando há três anos o empréstimo da relíquia. A diretoria de Antiguidades de Israel havia concordado com o pedido na última semana.
Após firmado o acordo, o governo do país indeferiu a decisão, alegando temer que a peça se desintegre durante o transporte. Também se mostrou contrário ao alto custo do traslado. O transporte do barco custaria cerca de US$ 1 milhão.
Israel ordenou que fosse cancelado o acordo com o Vaticano. A atitude contou com o apoio do kibutz que abriga a relíquia, a maior atração turística do lugar. No ano 2000, o número de visitantes do local pode chegar a 3 milhões.
Ao ser informada sobre o problema, a Santa Sé declarou na segunda-feira passada que todos os custos com transporte ficariam por sua conta, assim como os gastos envolvidos na preservação do tesouro religioso.
Devido à polêmica provocada, o Vaticano emitiu uma nota oficial na última quarta-feira informando não ter mais interesse no empréstimo da relíquia.



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