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SELEÇÃO À ARGENTINA
Os sommeliers e o chef Lukesch abrem às quintas e sextas, com menu degustação a 120 pesos por pessoa
Casal recebe para jantar e degustação na sala de casa
DA ENVIADA ESPECIAL A BUENOS AIRES
Reserve uma noite da sua estada em Buenos Aires para ir à
Casa Coupage (www.casacoupage.com), o apartamento dos
sommeliers Santiago Mymicopulo e Inés Mendieta. Agende a
visita por telefone ou e-mail e
estará mais que convidado
-mesmo sem conhecê-los.
Há cinco anos, o casal abre as
portas de casa para receber novos amigos e servir saborosos
vinhos argentinos, enquanto o
chef Martín Lukesch prepara
os pratos. Em entrevista à Folha, Mymicopulo conta como
surgiu essa ideia e como é abrir
a casa para desconhecidos.
(PRISCILA PASTRE-ROSSI)
FOLHA - De onde veio a ideia de receber as pessoas em casa?
SANTIAGO MYMICOPULO - A ideia
surgiu durante nossa viagem à
Nicarágua, quando alugamos
uma casa colonial numa pequena cidade chamada Granada.
Montamos lá nosso primeiro
restaurante porque não tínhamos outra opção a não ser ocupar o mesmo espaço da nossa
casa. A resposta foi muito positiva. Voltando à Argentina,
pensamos em abrir nossa casa
com foco no vinho argentino.
Por isso, inauguramos o Club
de Cata de Vinos y Maridajes.
Aos poucos, o restaurante a
portas fechadas foi tomando
forma. E a Casa Coupage foi
aberta em 14 de abril de 2005.
FOLHA - Por que "Casa Coupage"?
MYMICOPULO - "Casa" porque é
um modo de mostrar que se
trata do nosso próprio lar, uma
casa de 1920. "Coupage" é um
termo francês que significa
"união" e se aplica a vinhos e licores. Há enólogos que entendem que, ao realizar um "coupage", as uvas se potencializam
e resultam em um vinho melhor. Nós dois [referindo-se à
mulher, Inés, com quem mora
há sete anos] formamos um
"coupage" que nos converte em
melhores seres humanos.
FOLHA - O que significa a proposta
de vocês, de fazer uma "gastronomia argentina moderna"?
MYMICOPULO - Muita gente acha
que cozinha argentina é sinônimo de parrila, mas nossas raízes estão mais latentes. A cozinha de Casa Coupage é resultado da reinterpretação do legado
culinário de toda a Europa,
América Latina e parte da Ásia.
FOLHA - Vocês não têm medo de
abrir a casa para estranhos?
MYMICOPULO - Nunca houve nada negativo por aqui além de
um corte de luz. Mas somos
precavidos: ninguém vem à casa sem reserva antecipada. É
comum que as pessoas se sintam tão à vontade que estendam a sobremesa. Adoramos
quando isso acontece e dizemos que as risadas são nosso
café da manhã do dia seguinte.
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