São Paulo, quinta-feira, 18 de maio de 2006

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O MUNDO DE STÁLIN

Estátuas de líderes convivem com minizôo no interior do país, que integrou a ex-URSS

Parque lituano recria prisão soviética

DA ASSOCIATED PRESS

Um campo de prisioneiros soviéticos pode não soar como um lugar divertido. Ainda mais em um país que foi ocupado pelo Exército Vermelho por meio século. Ainda assim, o Grutas Park, parque temático salpicado de lembranças do passado comunista da Lituânia, se tornou uma das principais atrações turísticas no país da ex-URSS.
O parque, conhecido popularmente como Stalin's World (Mundo de Stálin), recebe centenas de milhares de visitantes, que caminham ao longo de passarelas iguais às dos campos de trabalho forçado da Sibéria. Estátuas de Lênin, Stálin e outros líderes soviéticos fitam visitantes. Cercas de arame farpado e torres de guarda completam o clima dos campos de trabalho soviéticos.
O público caçoa de símbolos que antes geravam medo e indignação. "É o meu presente para as gerações futuras", diz o dono do parque, Viliumas Malinauskas, um milionário lituano. "As pessoas fazem piada dessas estátuas sinistras. Isso mostra que não temem mais o comunismo."
Malinauskas, 63, investiu US$ 2 milhões no parque depois de gerar uma fortuna exportando cogumelos. O parque ocupa 20 hectares de um pântano a cerca de 30 minutos da capital, Vilna. Perto das esculturas, há um carrossel, um restaurante e um minizôo.

Controverso
Nem todos gostam do parque. Alguns o criticam como uma afronta aos que foram deportados ou mortos na ocupação soviética. "Malinauskas não se importa que essas florestas eram abrigo de combatentes da resistência", afirma Juozas Galdikas, um ex-membro do Parlamento. "Ele não liga para a dolorosa história do país. Qual é o seu propósito? Provocar riso ou dor?"
Galdikas liderou um grupo que tentou fechar o parque. Malinauskas reagiu fazendo estátuas de madeira dos membros do grupo ao lado dos líderes soviéticos. "Aqueles que têm medo das sombras do passado merecem ficar lá", protesta Malinauskas.


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