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O MUNDO DE STÁLIN
Estátuas de líderes convivem com minizôo no interior do país, que integrou a ex-URSS
Parque lituano recria prisão soviética
DA ASSOCIATED PRESS
Um campo de prisioneiros soviéticos pode não soar como um
lugar divertido. Ainda mais em
um país que foi ocupado pelo
Exército Vermelho por meio século. Ainda assim, o Grutas Park,
parque temático salpicado de
lembranças do passado comunista da Lituânia, se tornou uma
das principais atrações turísticas
no país da ex-URSS.
O parque, conhecido popularmente como Stalin's World
(Mundo de Stálin), recebe centenas de milhares de visitantes, que
caminham ao longo de passarelas iguais às dos campos de trabalho forçado da Sibéria. Estátuas
de Lênin, Stálin e outros líderes
soviéticos fitam visitantes. Cercas de arame farpado e torres de
guarda completam o clima dos
campos de trabalho soviéticos.
O público caçoa de símbolos
que antes geravam medo e indignação. "É o meu presente para as
gerações futuras", diz o dono do
parque, Viliumas Malinauskas,
um milionário lituano. "As pessoas fazem piada dessas estátuas
sinistras. Isso mostra que não temem mais o comunismo."
Malinauskas, 63, investiu US$ 2
milhões no parque depois de gerar uma fortuna exportando cogumelos. O parque ocupa 20 hectares de um pântano a cerca de 30
minutos da capital, Vilna. Perto
das esculturas, há um carrossel,
um restaurante e um minizôo.
Controverso
Nem todos gostam do parque.
Alguns o criticam como uma
afronta aos que foram deportados ou mortos na ocupação soviética. "Malinauskas não se importa que essas florestas eram
abrigo de combatentes da resistência", afirma Juozas Galdikas,
um ex-membro do Parlamento.
"Ele não liga para a dolorosa história do país. Qual é o seu propósito? Provocar riso ou dor?"
Galdikas liderou um grupo que
tentou fechar o parque. Malinauskas reagiu fazendo estátuas
de madeira dos membros do
grupo ao lado dos líderes soviéticos. "Aqueles que têm medo das
sombras do passado merecem ficar lá", protesta Malinauskas.
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