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Ilhas seduziram de escritor a cantor
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
As ilhas da Polinésia Francesa
não cativaram só Paul Gauguin.
Na lista de apaixonados moradores estão o escritor Robert Louis
Stevenson, que alugou o iate Casco, pegou mulher, enteado e mãe
e saiu de San Francisco, nos EUA,
para visitar os mares do sul.
Visitou as ilhas da Sociedade
(arquipélago composto por Taiti,
Moorea, Bora Bora e outras menores) e as ilhas Marquesas (onde
estão Nuku Hiva, Hiva Ao, Ua
Pou e outras), além do Havaí.
Passou os últimos anos de vida
em Samoa. Entre suas obras está
"A Ilha do Tesouro", inspirada
nas suas viagens por esses mares.
Outro artista muito querido na
Polinésia é o cantor belga Jacques
Brel, uma espécie de Chico Buarque na língua de Marcel Proust.
Apesar de quase desconhecido no
Brasil, alguns já devem ter escutado sua mais famosa canção "Ne
me Quitte Pas" (não me deixe),
gravada até mesmo por Sting.
Em 1966 e no alto da fama, Brel
parou sua carreira. Mas amigos,
em especial Charles Aznavour, o
convenceram a continuar. Já em
1974 se dedicava ao seu maior
prazer: voar no teco-teco Askoy.
Em novembro desse ano descobriu ter câncer no pulmão e decidiu viver seus últimos anos nas
ilhas Marquesas. Partiu com sua
mulher Madly e instalou-se numa
casa muito simples, em Hiva Oa.
Comprou um avião, o Jojo (está
no museu da ilha) e dedicou-se a
servir de piloto de táxi aéreo aos
habitantes das Marquesas. O clima das ilhas não fez bem a sua
saúde, e ele voltou a Bruxelas, em
1976. Viveu até 1978. Depois de
dezenas de homenagens, seu corpo foi trasladado até a Hiva Oa e
está no cemitério, a poucos metros de Gauguin.
Outros nomes famosos que se
renderam diante dos paraísos polinésios foram o ator Marlon
Brando, que se casou com uma
atriz nativa, Tarita, teve dois filhos
com ela (que lhe deram incríveis
tristezas: seu filho matou o cunhado, que batia na irmã, e, depois de
um tempo, essa irmã cometeu
suicídio) e comprou uma ilha, Tetiaroa, onde construiu um hotel
de rusticidade franciscana e passou parte da sua vida -entre a
ilha e sua casa em Papeete. Corre
o boato de que Tetiaroa está à
venda, com hotel e tudo.
O diretor Dino de Laurentiis,
pai do King Kong moderno, filmou "Furacão" em Bora Bora e
não queria mais sair da ilha.
Construiu um hotel, o Marará.
Mas dirigir atores é menos complicado que gerenciar um hotel:
ele vendeu o local ao Sofitel.
(JB)
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