São Paulo, quinta-feira, 18 de agosto de 2005

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Ilhas seduziram de escritor a cantor

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

As ilhas da Polinésia Francesa não cativaram só Paul Gauguin. Na lista de apaixonados moradores estão o escritor Robert Louis Stevenson, que alugou o iate Casco, pegou mulher, enteado e mãe e saiu de San Francisco, nos EUA, para visitar os mares do sul.
Visitou as ilhas da Sociedade (arquipélago composto por Taiti, Moorea, Bora Bora e outras menores) e as ilhas Marquesas (onde estão Nuku Hiva, Hiva Ao, Ua Pou e outras), além do Havaí.
Passou os últimos anos de vida em Samoa. Entre suas obras está "A Ilha do Tesouro", inspirada nas suas viagens por esses mares.
Outro artista muito querido na Polinésia é o cantor belga Jacques Brel, uma espécie de Chico Buarque na língua de Marcel Proust. Apesar de quase desconhecido no Brasil, alguns já devem ter escutado sua mais famosa canção "Ne me Quitte Pas" (não me deixe), gravada até mesmo por Sting.
Em 1966 e no alto da fama, Brel parou sua carreira. Mas amigos, em especial Charles Aznavour, o convenceram a continuar. Já em 1974 se dedicava ao seu maior prazer: voar no teco-teco Askoy. Em novembro desse ano descobriu ter câncer no pulmão e decidiu viver seus últimos anos nas ilhas Marquesas. Partiu com sua mulher Madly e instalou-se numa casa muito simples, em Hiva Oa. Comprou um avião, o Jojo (está no museu da ilha) e dedicou-se a servir de piloto de táxi aéreo aos habitantes das Marquesas. O clima das ilhas não fez bem a sua saúde, e ele voltou a Bruxelas, em 1976. Viveu até 1978. Depois de dezenas de homenagens, seu corpo foi trasladado até a Hiva Oa e está no cemitério, a poucos metros de Gauguin.
Outros nomes famosos que se renderam diante dos paraísos polinésios foram o ator Marlon Brando, que se casou com uma atriz nativa, Tarita, teve dois filhos com ela (que lhe deram incríveis tristezas: seu filho matou o cunhado, que batia na irmã, e, depois de um tempo, essa irmã cometeu suicídio) e comprou uma ilha, Tetiaroa, onde construiu um hotel de rusticidade franciscana e passou parte da sua vida -entre a ilha e sua casa em Papeete. Corre o boato de que Tetiaroa está à venda, com hotel e tudo.
O diretor Dino de Laurentiis, pai do King Kong moderno, filmou "Furacão" em Bora Bora e não queria mais sair da ilha. Construiu um hotel, o Marará. Mas dirigir atores é menos complicado que gerenciar um hotel: ele vendeu o local ao Sofitel. (JB)


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