São Paulo, quinta-feira, 18 de agosto de 2005

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PÉROLAS AO MAR

Manihi, Fakarava e o atol de Ranguiroa são redutos de mergulhadores e compõem circuito ecológico

Mundo submarino se destaca na região

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
NA POLINÉSIA FRANCESA


A Polinésia Francesa tem dezenas de ilhas voltadas ao turismo nos seus cinco arquipélagos (ilhas da Sociedade, Gambier, Tuamotu, Marquesas e Austrais). As mais conhecidas são Taiti, Moorea e Bora Bora, mas, a cada ano, o escritório de turismo põe novas opções na prateleira e investe com afinco no mergulhador. Há várias ilhas como Manihi, Tikehau e o atol de Ranguiroa, onde praticamente só se mergulha.
Manihi foi a meca desse esporte já nos idos dos anos 60. Hoje, a prática continua. Aliás, não há outra coisa a fazer nessa ilha, que tem um bom hotel cinco estrelas, o Manihi Pearl Resort. Há opções mais em conta: as pensões Vainui Perles e Chez Jeanne.
Outra ilha dedicada ao mundo submarino é Fakarava. Nesse atol, além de mergulhar, o turista pode percorrer, de bicicleta, uma longa estrada. Entre as opções de hospedagem, há o Le Maitai Dream, com belos bangalôs de madeira fina, e a charmosa pensão Tokerau Village, onde a dona, Flora Varas, excelente cozinheira, atende com uma doçura ímpar.
O atol de Ranguiroa, o maior da Polinésia Francesa, é também reduto de mergulhadores. O passeio imperdível é o mergulho na passagem do mar para a lagoa.
Munido de máscara, pé-de-pato e snorkel e se deixando levar pela correnteza, nada-se ao lado de tartarugas, napoleões, tubarões-limão e peixes coloridos, em águas cuja transparência dá ao visitante a sensação de estar flutuando no ar.
As ilhas de Huahine, Tikehau, Raiatea e Tahaa fazem parte do circuito ecológico. As duas últimas estão dentro da mesma lagoa de coral. Nelas, há passeios de observação da fauna, trilhas em jipe 4x4, caminhadas e visita a sítios arqueológicos.
Em Tikehau, a ilha dos Pássaros até há pouco não permitia a entrada de turistas. Ali, por milhares de anos, as aves viveram sem a presença humana. Hoje, o turista caminha entre alcatrazes, andorinhas-do-mar ou petréis e nada entre tubarões e arraias. Os únicos peixes carinhosos com os humanos são as rêmoras, que grudam no peito do mergulhador.
Na ilha de Maupiti é fácil se sentir um Robinson Crusoé: basta hospedar-se no Kuriri Village. Chamada de "a ilha preservada", ela é uma versão pequena de Bora Bora. Seu povoado não tem mais de três quarteirões. Os nativos não só cumprimentam as visitas como oferecem frutas do quintal.
Nas ilhas Marquesas o turismo é singelo e até incipiente, mas os hotéis têm qualidade. Basta ficar no Keikahanui de Nuku Hiva ou no Hiva ao Hanakee de Hiva Oa para perceber que os locais não brincam em serviço.
"Não há tristeza nem lágrimas nas Marquesas", cantou Jacques Brel. E é a pura e santa verdade. O povo alegre faz questão de dizer que não é taitiano, e sim marquesiano. Ali até o idioma é diferente. Eles se entendem melhor com os nativos da ilha de Páscoa do que com seus vizinhos de Papeete ou Ranguiroa. Esse povo, famoso por ser guerreiro invencível, leva uma vida de bom selvagem por desejo espiritual e força ancestral.
Quem opta por visitar as Marquesas deve ter em conta que aqui não há praias de areia coralina ou anel de coral com águas cristalinas. Muito cascalho, falésias e ondas de altura considerável são as características dessas ilhas.
Além das nomeadas estão Ua Huka, Tahuata, Ua Pou e Fatu Hiva. Por essas ilhas, circula o Aranui, um barco de carga que leva turistas por 15 dias. Mochileiros, hippies, europeus e latino-americanos são seus principais clientes. Passa-se bem a bordo do Aranui, um navio "demi-bouche", ou meia boca, mas com encanto especial. (JAIME BORQUEZ)


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