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PÉROLAS AO MAR
Manihi, Fakarava e o atol de Ranguiroa são redutos de mergulhadores e compõem circuito ecológico
Mundo submarino se destaca na região
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
NA POLINÉSIA FRANCESA
A Polinésia Francesa tem dezenas de ilhas voltadas ao turismo
nos seus cinco arquipélagos (ilhas
da Sociedade, Gambier, Tuamotu, Marquesas e Austrais). As
mais conhecidas são Taiti, Moorea e Bora Bora, mas, a cada ano, o
escritório de turismo põe novas
opções na prateleira e investe com
afinco no mergulhador. Há várias
ilhas como Manihi, Tikehau e o
atol de Ranguiroa, onde praticamente só se mergulha.
Manihi foi a meca desse esporte
já nos idos dos anos 60. Hoje, a
prática continua. Aliás, não há
outra coisa a fazer nessa ilha, que
tem um bom hotel cinco estrelas,
o Manihi Pearl Resort. Há opções
mais em conta: as pensões Vainui
Perles e Chez Jeanne.
Outra ilha dedicada ao mundo
submarino é Fakarava. Nesse atol,
além de mergulhar, o turista pode
percorrer, de bicicleta, uma longa
estrada. Entre as opções de hospedagem, há o Le Maitai Dream,
com belos bangalôs de madeira fina, e a charmosa pensão Tokerau
Village, onde a dona, Flora Varas,
excelente cozinheira, atende com
uma doçura ímpar.
O atol de Ranguiroa, o maior da
Polinésia Francesa, é também reduto de mergulhadores. O passeio
imperdível é o mergulho na passagem do mar para a lagoa.
Munido de máscara, pé-de-pato
e snorkel e se deixando levar pela
correnteza, nada-se ao lado de
tartarugas, napoleões, tubarões-limão e peixes coloridos, em
águas cuja transparência dá ao visitante a sensação de estar flutuando no ar.
As ilhas de Huahine, Tikehau,
Raiatea e Tahaa fazem parte do
circuito ecológico. As duas últimas estão dentro da mesma lagoa
de coral. Nelas, há passeios de observação da fauna, trilhas em jipe
4x4, caminhadas e visita a sítios
arqueológicos.
Em Tikehau, a ilha dos Pássaros
até há pouco não permitia a entrada de turistas. Ali, por milhares
de anos, as aves viveram sem a
presença humana. Hoje, o turista
caminha entre alcatrazes, andorinhas-do-mar ou petréis e nada
entre tubarões e arraias. Os únicos peixes carinhosos com os humanos são as rêmoras, que grudam no peito do mergulhador.
Na ilha de Maupiti é fácil se sentir um Robinson Crusoé: basta
hospedar-se no Kuriri Village.
Chamada de "a ilha preservada",
ela é uma versão pequena de Bora
Bora. Seu povoado não tem mais
de três quarteirões. Os nativos
não só cumprimentam as visitas
como oferecem frutas do quintal.
Nas ilhas Marquesas o turismo é
singelo e até incipiente, mas os
hotéis têm qualidade. Basta ficar
no Keikahanui de Nuku Hiva ou
no Hiva ao Hanakee de Hiva Oa
para perceber que os locais não
brincam em serviço.
"Não há tristeza nem lágrimas
nas Marquesas", cantou Jacques
Brel. E é a pura e santa verdade. O
povo alegre faz questão de dizer
que não é taitiano, e sim marquesiano. Ali até o idioma é diferente.
Eles se entendem melhor com os
nativos da ilha de Páscoa do que
com seus vizinhos de Papeete ou
Ranguiroa. Esse povo, famoso
por ser guerreiro invencível, leva
uma vida de bom selvagem por
desejo espiritual e força ancestral.
Quem opta por visitar as Marquesas deve ter em conta que aqui
não há praias de areia coralina ou
anel de coral com águas cristalinas. Muito cascalho, falésias e ondas de altura considerável são as
características dessas ilhas.
Além das nomeadas estão Ua
Huka, Tahuata, Ua Pou e Fatu Hiva. Por essas ilhas, circula o Aranui, um barco de carga que leva
turistas por 15 dias. Mochileiros,
hippies, europeus e latino-americanos são seus principais clientes.
Passa-se bem a bordo do Aranui,
um navio "demi-bouche", ou
meia boca, mas com encanto especial.
(JAIME BORQUEZ)
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