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internacional
Arrabalde parisiense ecoa voz de Edith Piaf
FORA DO ROTEIRO - Apesar de ter boas atrações, Belleville ainda é pouco explorado pelos turistas que passeiam por Paris
DA ASSOCIATED PRESS
Turistas atrás de um gostinho de "La Vie en Rose" em Paris podem achá-lo em Belleville, região que escapa do roteiro
da maior parte dos visitantes e
onde nasceu Edith Piaf.
Belleville mantém a identidade de bairro de trabalhadores e fervilha de casas de show,
teatros e bares -alguns dos
quais foram palco de Piaf. Adicione a essa mistura sucessivas
ondas de imigrantes e jovens
estilosos perambulando pelas
ruas. O clima lembra o do East
Village de Nova York.
O bairro oferece muito ao turista, como a vista de Paris que
quase rivaliza com a de Montmartre. Ainda assim, poucos
extrapolam os arredores do cemitério Père Lachaise, onde
Piaf está enterrada, para explorar essas ruas. "A área ainda
não foi descoberta pelos turistas", diz Sophie Millot, do escritório de cultura do 20º arrondissement (nome dado às regiões que dividem Paris), no
leste da cidade, onde fica grande parte de Belleville.
Desde os tempos em que Piaf
era viva, Belleville sofre de má-reputação. Já no filme "Casque
d'Or", de 1952, o bairro aparecia como lugar perigoso, onde
bandos rivais se enfrentavam.
Perto de local em que há uma
violenta cena no filme, foi inaugurado o Mamashelter (www.mamashelter.com), hotel
com design de Philippe Starck.
Antes uma vila no topo de
um morro com uma "belle vue"
de Paris -de onde vem seu nome-, Belleville foi anexado à
cidade em 1960, quando o barão Haussmann quis acalmar
os ânimos revolucionários dos
moradores, dividindo a ex-vila
ao meio, rachando seu centro
administrativo.
O homem responsável pela
abertura dos amplos bulevares
parisienses deixou as ruas de
Belleville do jeitinho que elas
estavam. As vias tortuosas que
devem seu traçado ainda à Idade Média são hoje parte do
charme do distrito.
De acordo com a lenda, Piaf
nasceu Edith Giovanna Gassion a céu aberto, na rua 72, no
auge do inverno -uma placa
indica o local. A realidade, porém, é mais banal. A certidão
de nascimento de Piaf diz que
ela nasceu no hospital Tenon.
O documento está no museu
Edith Piaf (00/xx/33/1/4355-5272), dois quartos repletos de
memorabilia, em um apartamento em Belleville que pertence a Bernard Marchois, autor de biografias da cantora.
Entre as lembranças expostas
estão um disco de ouro e um de
platina, fotos, cartas e até um
urso de pelúcia, presente do
marido de Piaf, Theo Sarapo.
Uma placa do lado de fora do
Nouveau Palais de Belleville,
um enorme restaurante chinês
na rua 46, relembra que o Teatro Nacional de Belleville funcionava ali. Piaf não está mais
no menu -hoje, em cartaz,
pernas de rã com gengibre.
Descendo a rua Belleville, no
número 8, fica o Aux Folies.
Tome uma cerveja no terraço e
imagine Piaf cantando no supermercado na porta ao lado,
onde antes funcionava o cabaré
Folies-Belleville.
Descendo até o número 105
da rua du Faubourg du Temple,
há o La Java (www.la-java.fr).
A trilha hoje é de rock e electro,
mas já foi a voz de Piaf. Ecos da
cantora também podem ser encontrados na rua Rebeval, onde
sua avó materna morou, na rua
Ofila, na rua des Panoyaux ou
na Ramponeau, onde, dizem,
ela teria se hospedado.
Perto de sua lápide no Père
Lachaise, uma estátua mostra
Piaf na praça que leva seu nome. Locais e fãs vão ao bar
Edith Piaf, atrás da imagem.
A organização Ca se visite!
(www.ca-se-visite.fr) oferece
tours guiados ao bairro em
francês e em inglês.
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