São Paulo, segunda-feira, 18 de novembro de 2002

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LADO A

Parque argentino tem trenzinho para ir às cataratas e passarelas acessíveis a deficientes físicos

Reforma dá mais opções a Iguazu

Fernanda Mena/Folha Imagem
Nas passarelas do lado argentino, junto a uma sequência de 12 quedas, a força das águas é tão intensa, que parece chover


FERNANDA MENA
ENVIADA ESPECIAL A PUERTO IGUAZU

Não muito longe dos brasileiros, Puerto Iguazu, na Província argentina de Missiones, assegura o contato com a natureza num ambiente pouco modificado pelo homem. Localizada na região das cataratas do rio Iguaçu, a cidade, que fica longe do reduto paraguaio dos sacoleiros, garante tranquilidade e caminhadas no Parque Nacional Iguazu -com "z" mesmo, já que fica do lado argentino da área da tríplice fronteira (Foz do Iguaçu, no Brasil, Ciudad del Este, no Paraguai, e Puerto Iguazu, na Argentina).
A região faz jus ao nome -"iguazu" é a palavra guarani que significa "água grande"-, pois é entrecortada por dois grandes rios, o Iguaçu e o Paraná, e, além da famosa Garganta do Diabo, os parques nacionais do lado do Brasil e da Argentina têm outras 275 quedas catalogadas, cercadas por uma vegetação de biodiversidade notória que rendeu ao parque argentino, em 1984, o título de Patrimônio Natural da Humanidade -o brasileiro obteve o título em 1986.
O parque possui 65 mil hectares de mata preservada, que, somados a outras reservas privadas, forma um corredor verde de 350 mil hectares. Toda essa área responde a uma lei provincial que regula o avanço econômico da região através de práticas de desenvolvimento sustentável.
Quase 500 mil turistas visitam o parque todo ano em busca da natureza exuberante (com árvores de até 45 m de altura), da força das águas das cataratas, que têm 2.750 m de comprimento e mais de 70 m de altura, e de roteiros para casais, aventureiros e famílias.
Ao todo, o Parque Nacional Iguazu conta com 4 km de trilhas ao redor das cataratas, reinauguradas em dezembro de 2001. Quem visita o parque brasileiro tem uma visão das cataratas à frente, como se as visse de uma platéia, mas quem vai ao parque argentino chega pertinho delas, se molha, se quiser, e as vê de cima ou ao lado, como se estivesse no próprio palco desse espetáculo.
O centro de visitantes da entrada do parque foi construído a partir de estradas antigas e de pistas de um antigo aeroporto. Lá o turista encontra informações sobre o parque, a fauna, a flora e as ocupações do local por guaranis procedentes da Amazônia e, posteriormente, por jesuítas e por colonos imigrantes.
Para chegar à Garganta do Diabo, foi inaugurado no final de 2001 um trenzinho movido a gás natural que percorre 5 km até as quedas. O trajeto, de dez minutos, impressiona pela quantidade de borboletas coloridas. Ainda é possível caminhar por uma trilha que percorre os pés das quedas. Em alguns trechos, o visitante é envolvido pelo vapor de água, que, nos dias de sol, forma um arco-íris ao redor das quedas.
A outra opção de trilha é a superior, que percorre o alto das cataratas e permite uma visão panorâmica das primeiras 12 quedas da margem argentina do rio Iguaçu. A maior se chama San Martin, nome do herói libertador da Argentina. Entre os outros nomes está o de Álvar Nunes Cabeza de Vaca, navegador espanhol que em 1541 descobriu as cataratas.
Todo o parque é muito limpo e bem cuidado. Há cestos de lixo por toda parte e placas de sinalização com informações do tamanho de cada percurso, bem como o nível de dificuldade de cada um.
O que mais chama a atenção são as passarelas que contornam as cataratas. As antigas, de madeira, foram substituídas por outras, de metal com corrimão, que permitem a visita de deficientes físicos sem precisar de ajuda.

Fernanda Mena viajou a convite da UTE, concessionária do Parque Nacional Iguazu, da Jungle Explorer, da Iguazu Explorer, da Duty Free Shopping Iguazu, da Gatti Turismo, do Sheraton Internacional Hotel e Resort, do Iguazu Grand Hotel e do Casino Iguazu.


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