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Corinthians nasceu em uma esquina no bairro
RICARDO PERRONE
DO PAINEL FC
No meio da multidão
que perambula pela José
Paulino fica perdido um
pedaço da história do Corinthians. Na esquina com
a Cônego Martins, minúscula rua sem saída, um pequeno obelisco marca o local onde, em 1º de setembro de 1910, moradores do
Bom Retiro, a maioria de
origem humilde, fundaram o clube, que se tornou
o mais popular da cidade.
A história do grupo de 13
pessoas (só cinco são reconhecidas oficialmente como fundadoras) é conhecida de cor pelos corintianos roxos. Após um dia de
trabalho, eles se reuniram
sob a luz de um lampião
para criar um time de futebol, inspirado no inglês
Corinthian (sem o s).
Hoje, poucos freqüentadores do bairro parecem
saber que lá está o berço
corintiano. O marco da
fundação, um bloco de
concreto pintado de preto,
não está bem conservado.
A placa que o identificava
sumiu. Impossível saber o
que é. Virou um encosto
para moças que entregam
folhetos de lojas.
Com o tempo, outros laços que ligavam o Bom Retiro ao Corinthians afrouxaram. Na mesma José
Paulino, na época rua dos
Imigrantes, não há lembranças do campinho de
terra em que a equipe deu
os primeiros chutes.
Atraído pelo rio Tietê,
onde desenvolveu seu departamento de remo, o
clube se instalou na zona
leste, onde está até hoje.
O Conselho Deliberativo corintiano, porém, ganhou a ala "os conselheiros do Bom Retiro".
Eles trataram de manter
rituais que ligavam o time
ao bairro. O mais saboroso
era o fusili com bracholas
às sextas no Corinthinha
do Bom Retiro, clube fundado mais tarde em homenagem ao Corinthians. Os
jantares, concorridos no
início dos anos 80, não
acontecem mais.
O pai do cantor e compositor Toquinho, então
morador do bairro e freqüentador do clube, era
um dos participantes mais
ilustres desses encontros.
Hoje ainda acontecem
celebrações entre corintianos no bairro, mas na
Gaviões da Fiel, maior torcida organizada da equipe
e escola de samba, na rua
Cristina Tomaz.
Outros pontos que viram a gestação do Corinthians, como as ruas Júlio
da Conceição e dos Italianos, não trazem mais marcas. Pontos comerciais, como uma barbearia, e casas,
abrigavam as reuniões.
Em 2010, a diretoria corintiana deve voltar os
olhos para o ponto em que
o time nasceu. Será palco
de ao menos um dos festejos do centenário do clube.
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