Há 30 anos, um grupo de amigos comprou o ponto preferido; hoje, filiais pipocam dentro e fora da região

DA REPORTAGEM LOCAL

O bar Bom Ra é uma síntese da mistura de povos do Bom Retiro. Ele está sob o comando de sócios bem diferentes: três são descendentes de italianos, dois de gregos, um é baiano e outro é "afro-descendente", como se autodenomina o advogado Carlos Alberto Arão.
Há mais de 30 anos, quando se conheceram, os sete tinham basicamente duas coisas em comum: trabalhavam no ramo de confecção -todos já no Bom Retiro- e gostavam de passar horas batendo papo no boteco que já ocupava a esquina da rua dos Italianos com a Julio Conceição havia mais de 20 anos.
Nos dias de semana, eles almoçavam juntos. Aos finais de semana, lá estavam eles de novo, para jogar truco e tomar uma cerveja. A paixão pelo bar virou negócio no começo dos anos 80. Depois de ajudarem o dono em uma reforma "pensando no próprio conforto", nas palavras do descendente de italianos Dorival Carlos Cecconello, 59, eles decidiram, finalmente, comprar o boteco.
Com um dono advogado e outros seis sócios que sabiam muito de roupas, mas quase nada de cozinha, quem preparou o cardápio? "Nós mesmos, claro. Eu sou gaúcho. Um dos sócios, o Moreschi, já foi açougueiro. Então, não deu outra: já abrimos o Bom Ra com os grelhados como carro-chefe da casa", conta Cecconello. A aposta deu certo. Para comprovar, experimente a picanha (R$ 36,90, uma porção para duas pessoas). Se preferir a carne acompanhada de arroz e fritas, também para dois, o prato sai por R$ 46,90. O cremoso chope custa R$ 3,95. Aos sábados tem feijoada. "É bom chegar com muita fome", alerta Cecconello sobre o prato para dois que custa R$ 36,90.
Contrariando o ditado que diz que quem vira sócio perde o amigo, eles não somente continuam almoçando juntos na esquina da rua dos Italianos com a Julio Conceição como abriram outros negócios.
Quem quiser fazer um lanche ou almoço mais rápido pode atravessar a rua e conhecer o Bom Café, aberto em março.
Outros filhotes do Bom Ra são o Bom Brás, no Brás, e o Bom Rino, no Brookling. (PRISCILA PASTRE-ROSSI)