São Paulo, quinta-feira, 19 de março de 2009

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ORIENTE MÉDIO REAL

Moradores puxam papo e mostram sua cultura

A pausa para conversa com os habitantes do local é, ainda, uma bem-vinda parada durante caminhadas

DA ENVIADA ESPECIAL A PETRA

Uma das coisas mais gostosas de um passeio por Petra é parar para conversar com os beduínos. Dentro das cavernas ou em barraquinhas de artesanato -geralmente em lugares por onde você passa achando muitíssimo improvável encontrar uma alma viva-, eles gostam de receber os turistas, bater papo num inglês truncado pelo sotaque árabe e servir o indefectível chá, saído de bules velhinhos e charmosos.
Na volta de Madhbah (ou "alto lugar de sacrifícios"; uma espécie de altar onde os nabateus sacrificavam animais em cerimônias religiosas), no caminho de Wadi Nmayr, duas simpáticas vendedoras foram logo puxando conversa e estendendo o copo de chá. Mais do que na hora! Primeiro porque esse caminho é a alternativa mais difícil (se estiver sozinho, sem um guia local, melhor ir por Wadi Farasa) e, a essa altura, uma parada era um prêmio mais do que merecido. Segundo porque elas eram comunicativas o bastante para toparem dar uma entrevista.
Mas foram elas que começaram com as perguntas. Queriam saber sobre festas de casamento. "Como é no Brasil?" A resposta (um dia de festa e depois a viagem de lua-de-mel do casal) as decepcionou. Pergunta seguinte: "Você estará aqui em setembro?". Com a negativa, de novo, rostinhos de decepção. Solteiras, as primas não veem a hora de chegar o dia do casamento de outra prima, em setembro. "Aqui, a gente faz uma semana inteira de festas! Não é como a de vocês, não, só de um dia. E as festas são separadas: os homens comemoram em um lugar, e as mulheres, em outro. Muita gente, muita comida e muito chá", animam-se.
Simpáticas e extrovertidas, posaram para fotos, dizendo que adorariam vê-las publicadas no jornal. E disseram seus indecifráveis nomes em árabe.


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