São Paulo, quinta-feira, 19 de abril de 2007

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EUA, CAPITAL

Sisudez cede passagem à primavera e às cerejeiras

Com a profusão de flores que brotam nessa estação, contorno dos edifícios neoclássicos ganha elegância

MARGARETE MAGALHÃES
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM WASHINGTON

Uma certa sisudez na capital norte-americana se perde com a chegada da primavera. Nos meses dessa estação, Washington é quase sinônimo de cerejeiras. Com as flores que brotam dessas árvores, o contorno dos monocromáticos edifícios neoclássicos fica mais elegante.
Na primavera, os turistas são compelidos a admirar as cerejeiras e presenteados com as flores que emolduram os monumentos. Essa é a melhor época para atravessar Washington, do Capitólio à Casa Branca, seguir até o memorial dedicado a Lincoln, visitar os museus Smithsonian -todos de graça - e cruzar a ponte sobre o rio Potomac até o cemitério de Arlington, onde estão enterrados soldados de guerra e o presidente JFK.
A movimentação na capital federal começou há duas semanas, com o Festival das Cerejeiras, que existe desde 1912 (leia na pág. F4). Nos arredores do Tidal Basin, um lago entre o rio Potomac e o canal Washington, há cerca de 3.700 cerejeiras de 12 variedades e congestionamento de turistas na expectativa de acertar uma foto de cartão-postal, com o memorial a Thomas Jefferson ao fundo.
O festival terminou no domingo, mas a temporada primaveril não. Há hotéis que mantêm promoções até o fim de abril e outros que promovem pacotes para a estação (confira alguns na pág. F5).
Com os termômetros na casa dos 20C e 25C , moradores e visitantes compartilham os jardins do The Mall, corredor onde está a maioria dos museus Smithsonian e que liga o Capitólio a outras atrações.
A imagem de muitos dos monumentos é familiar, por aparecer em noticiários e em filmes de Hollywood. A atração mais à vista é o monumento Washington, em homenagem ao primeiro presidente dos EUA. O obelisco tem cerca de 170 metros de altura e foi aberto ao público em 1888.
É possível tomar um elevador e ter uma bela visão da capital. Os ingressos, gratuitos, acabam rápido. Por isso, chegue antes das 9h. O quiosque abre às 8h30, já com gente na fila.
O espelho-d'água que aparece em "Forrest Gump" conecta o memorial da Segunda Guerra ao memorial Lincoln, de onde Martin Luther King (1929-1968), líder do movimento pelos direitos civis dos EUA, fez um dos mais importantes discursos: "I Have a Dream" (Eu Tenho um Sonho), em 1963. No memorial repousa a estátua de 25 metros de altura em mármore de Abraham Lincoln.
Há ainda os memoriais para os veteranos das guerras do Vietnã e da Coréia. No dedicado ao presidente Franklin Delano Roosevelt (1933-1945), as esculturas são em bronze.
Uma delas mostra Roosevelt sentado e com um casaco cobrindo a cadeira de rodas. O presidente teve poliomielite, o que sempre tentou ocultar. Quando o memorial foi aberto em 1997 na administração Clinton, houve críticas de grupos de deficientes. Foi feita outra escultura revelando sua cadeira de rodas. Não sem nova onda de críticas. Dessa vez, contra o fato de deixar público algo que Roosevelt escondia.


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