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EUA, CAPITAL
Sisudez cede passagem à primavera e às cerejeiras
Com a profusão de flores que brotam nessa estação, contorno dos edifícios neoclássicos ganha elegância
MARGARETE MAGALHÃES
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM WASHINGTON
Uma certa sisudez na capital
norte-americana se perde com
a chegada da primavera. Nos
meses dessa estação, Washington é quase sinônimo de cerejeiras. Com as flores que brotam dessas árvores, o contorno
dos monocromáticos edifícios
neoclássicos fica mais elegante.
Na primavera, os turistas são
compelidos a admirar as cerejeiras e presenteados com as
flores que emolduram os monumentos. Essa é a melhor
época para atravessar
Washington, do Capitólio à Casa Branca, seguir até o memorial dedicado a Lincoln, visitar
os museus Smithsonian -todos de graça - e cruzar a ponte
sobre o rio Potomac até o cemitério de Arlington, onde estão
enterrados soldados de guerra
e o presidente JFK.
A movimentação na capital
federal começou há duas semanas, com o Festival das Cerejeiras, que existe desde 1912 (leia
na pág. F4). Nos arredores do
Tidal Basin, um lago entre o rio
Potomac e o canal Washington,
há cerca de 3.700 cerejeiras de
12 variedades e congestionamento de turistas na expectativa de acertar uma foto de cartão-postal, com o memorial a
Thomas Jefferson ao fundo.
O festival terminou no domingo, mas a temporada primaveril não. Há hotéis que
mantêm promoções até o fim
de abril e outros que promovem pacotes para a estação
(confira alguns na pág. F5).
Com os termômetros na casa
dos 20C e 25C , moradores e
visitantes compartilham os jardins do The Mall, corredor onde está a maioria dos museus
Smithsonian e que liga o Capitólio a outras atrações.
A imagem de muitos dos monumentos é familiar, por aparecer em noticiários e em filmes de Hollywood. A atração
mais à vista é o monumento
Washington, em homenagem
ao primeiro presidente dos
EUA. O obelisco tem cerca de
170 metros de altura e foi aberto ao público em 1888.
É possível tomar um elevador e ter uma bela visão da capital. Os ingressos, gratuitos, acabam rápido. Por isso, chegue
antes das 9h. O quiosque abre
às 8h30, já com gente na fila.
O espelho-d'água que aparece em "Forrest Gump" conecta
o memorial da Segunda Guerra
ao memorial Lincoln, de onde
Martin Luther King (1929-1968), líder do movimento pelos direitos civis dos EUA, fez
um dos mais importantes discursos: "I Have a Dream" (Eu
Tenho um Sonho), em 1963. No
memorial repousa a estátua de
25 metros de altura em mármore de Abraham Lincoln.
Há ainda os memoriais para
os veteranos das guerras do
Vietnã e da Coréia. No dedicado ao presidente Franklin Delano Roosevelt (1933-1945), as
esculturas são em bronze.
Uma delas mostra Roosevelt
sentado e com um casaco cobrindo a cadeira de rodas. O
presidente teve poliomielite, o
que sempre tentou ocultar.
Quando o memorial foi aberto
em 1997 na administração
Clinton, houve críticas de grupos de deficientes. Foi feita outra escultura revelando sua cadeira de rodas. Não sem nova
onda de críticas. Dessa vez,
contra o fato de deixar público
algo que Roosevelt escondia.
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