São Paulo, quinta-feira, 19 de abril de 2007

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aviação

Air France e KLM se fundem em holding

UM, DOIS, TRÊS Segundo executivos, dístico da fusão das empresas aéreas é "uma companhia, duas marcas e três negócios"

SILVIO CIOFFI
Editor de Turismo

Na sede das companhias, em Paris e em Amsterdã, a palavra de ordem é cooperação. Mas é no dia-a-dia dos aeroportos Charles De Gaulle e Schiphol que a fusão, engendrada desde 2004, se dá na prática. A Air France KLM, empresa resultante da fusão das companhias aéreas francesa e holandesa, foi, no setor, a que mais faturou no mundo no último exercício fiscal: 21 bilhões.
Com o dístico "uma companhia, duas marcas e três negócios", executivos da Air France, em Paris, e da KLM, em Amsterdã, definem as áreas de atuação dessa megacompanhia -transporte de passageiros (79% do faturamento), carga (14%) e manutenção (4%), além de outras atividades (3%). Em passageiros transportados, a nova companhia perde para a American Airlines. A Air France detém 80% da holding que controla o grupo, e a KLM tem os 20% restantes.
E o curioso é que, apesar da fusão, as marcas Air France e KLM não se extinguem e têm no topo da hierarquia o francês Jean-Cyril Spinetta. A KLM foi a primeira empresa aérea do mundo, iniciando operações em 1920 -voa para o Rio de Janeiro desde 1946; já a Air France, cujas origens remontam a 1925, iniciou vôos regulares ao Brasil em 1953. "Os ingleses resistiram a voar em um avião da Air France, mas não em um da KLM", confidenciou, em Paris, Patrick Alexandre, diretor-geral da Air France, prevendo que, em 2006-2007, a receita da nova empresa franco-holandesa ultrapasse os 23 bilhões.
Com 102 mil funcionários, a nova Air France KLM transportou no ano passado 70 milhões de passageiros, operando 565 aeronaves e servindo 247 cidades em cinco continentes. Apenas entre a Europa e o Brasil, o grupo tem, semanalmente, 28 vôos, tendo transportado no último ano fiscal 708 mil passageiros. Nesse momento, a Air France está contratando 70 comissários de bordo brasileiros. Por trás da megafusão, estão razões como a sinergia de rotas em mercados emergentes, como a Ásia, e o ganho de forças para enfrentar a nova desregulamentação que aumentará a agressividade das norte-americanas no mercado europeu.
Patrick Alexandre assegura que, mundialmente, não foram feitas demissões, mas é fato que, no Brasil, por exemplo, as empresas, que investiram no programa conjunto de milhagem Flying Blue, já juntaram seus escritórios. A forma como as rotas se complementam também está na base da junção dessas companhias pioneiras que, agora, participam da aliança global Skyteam (www.skyteam.com). No entanto, elas mantêm seus próprios sites de vendas, o www.klm.com e o www.airfrance.com.
Van der Zee, diretor da KLM, explica que prioridade da companhia é fazer pela internet 40% das suas vendas até 2009. Atualmente, 23% das passagens são vendidas pelo site (contra, por exemplo, os 60% comercializados pela concorrente British Airways).


SILVIO CIOFFI viajou a convite da Air France KLM e do grupo hoteleiro Dorchester


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