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EUA, CAPITAL
Aeronaves contam a história vista a partir dos ares
De vôos a recordes, o Museu Nacional do Ar e do Espaço só não contempla os feitos de Santos Dumont
DO ENVIADO ESPECIAL A WASHINGTON
"Tantos museus, tão pouco
tempo": o lema do complexo de
museus do Instituto Smithsonian (smithsonian.com) vale
para os aficionados em aviação,
dada a quantidade de informações disponibilizadas no Museu Nacional do Ar e do Espaço
(em inglês, National Air and
Space Museu, NASM), na esquina da avenida Independence com a 6th street, SW.
Com entrada na Jefferson
Drive, aberto diariamente, das
10h às 17h30, esse museu aeroespacial abriu suas portas em
1976, no ano do bicentenário
da independência americana.
Decepciona, é verdade, brasileiros interessados na alusão ao
vôo pioneiro do brasileiro Alberto Santos Dumont com o
14-Bis, em Paris, em 1906.
Mesmo assim, exibe 120 aeronaves e 140 outros grandes
equipamentos usados na corrida espacial em 23 galerias. Salas de cinema disputam espaço
com painéis multimídia.
Do lendário modelo Flyer, de
1903, dos irmãos Wright, até o
Bell X-1, supersônico pioneiro
pilotado em 1947 por Chuck
Yeager, esse museu foi feito para surpreender até quem vive
no mundo da lua. Aficionados
se emocionam ao ver o X-15, de
1965, ainda hoje o mais rápido
jato construído pelo homem.
Entre os aviões históricos,
estão relíquias como o Curtiss
Nc-4, hidroavião que, em 1919,
partiu de Long Island e cruzou
o Atlântico até os Açores (Portugal), e o Spirit of St. Louis,
com que o piloto Charles Lindbergh fez, aos 25 anos, o primeiro vôo solo transatlântico,
pousando na França em 1927.
E também está lá um memorial alusivo ao desaparecimento da piloto Amélia Earhardt,
no Pacífico, em 1937.
Entre as engenhocas contemporâneas, impressiona o
megabalão Breitling Orbiter 3,
uma "gôndola" de kevlar (fibra
de carbono) que, pilotada por
Bertrand Piccard e Brian Jones, fez a volta ao mundo sem
escalas, em 1999, indo dos Alpes suíços ao Egito em 19 dias,
21 horas e 55 minutos, a uma
altitude de até 11.373 metros.
Corrida espacial
Para adicionar uma pitada de
"real politik" a esse acervo de
engenhocas, o museu conta como o engenheiro alemão Wernher von Braun, criador das
bombas dirigíveis V-2 dos nazistas, foi cooptado para formar
a Nasa no final da Segunda
Guerra Mundial (1939-1945).
Sim, também há aviões militares alemães, italianos, japoneses e máquinas de guerra como o Messerschmitt Bf-109/E
e o Mustang P-51/D.
Em outra ala, uma televisão
mostra o então presidente
John F. Kennedy, em 1962, declarando que, antes do fim daquela década, seria "tempo para uma nova empreitada americana". "Nós vamos ao espaço",
dizia ele, pedindo na ocasião ao
Congresso dos EUA a liberação
de US$ 531 milhões.
Antes, em 1957, para desgosto da opinião pública norte-americana, o cosmonauta soviético Yuri Gagarin havia orbitado a Terra.
A saga da corrida espacial
-bem contada no museu com
artefatos espaciais da ex-União
Soviética e dos EUA, como o
Skylab- teve outros momentos cruciais, como a chegada da
Apollo 11 à Lua em 1969.
(SILVIO CIOFFI)
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