São Paulo, quinta-feira, 19 de abril de 2007

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EUA, CAPITAL

Aeronaves contam a história vista a partir dos ares

De vôos a recordes, o Museu Nacional do Ar e do Espaço só não contempla os feitos de Santos Dumont

DO ENVIADO ESPECIAL A WASHINGTON

"Tantos museus, tão pouco tempo": o lema do complexo de museus do Instituto Smithsonian (smithsonian.com) vale para os aficionados em aviação, dada a quantidade de informações disponibilizadas no Museu Nacional do Ar e do Espaço (em inglês, National Air and Space Museu, NASM), na esquina da avenida Independence com a 6th street, SW.
Com entrada na Jefferson Drive, aberto diariamente, das 10h às 17h30, esse museu aeroespacial abriu suas portas em 1976, no ano do bicentenário da independência americana.
Decepciona, é verdade, brasileiros interessados na alusão ao vôo pioneiro do brasileiro Alberto Santos Dumont com o 14-Bis, em Paris, em 1906.
Mesmo assim, exibe 120 aeronaves e 140 outros grandes equipamentos usados na corrida espacial em 23 galerias. Salas de cinema disputam espaço com painéis multimídia.
Do lendário modelo Flyer, de 1903, dos irmãos Wright, até o Bell X-1, supersônico pioneiro pilotado em 1947 por Chuck Yeager, esse museu foi feito para surpreender até quem vive no mundo da lua. Aficionados se emocionam ao ver o X-15, de 1965, ainda hoje o mais rápido jato construído pelo homem.
Entre os aviões históricos, estão relíquias como o Curtiss Nc-4, hidroavião que, em 1919, partiu de Long Island e cruzou o Atlântico até os Açores (Portugal), e o Spirit of St. Louis, com que o piloto Charles Lindbergh fez, aos 25 anos, o primeiro vôo solo transatlântico, pousando na França em 1927.
E também está lá um memorial alusivo ao desaparecimento da piloto Amélia Earhardt, no Pacífico, em 1937.
Entre as engenhocas contemporâneas, impressiona o megabalão Breitling Orbiter 3, uma "gôndola" de kevlar (fibra de carbono) que, pilotada por Bertrand Piccard e Brian Jones, fez a volta ao mundo sem escalas, em 1999, indo dos Alpes suíços ao Egito em 19 dias, 21 horas e 55 minutos, a uma altitude de até 11.373 metros.

Corrida espacial
Para adicionar uma pitada de "real politik" a esse acervo de engenhocas, o museu conta como o engenheiro alemão Wernher von Braun, criador das bombas dirigíveis V-2 dos nazistas, foi cooptado para formar a Nasa no final da Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Sim, também há aviões militares alemães, italianos, japoneses e máquinas de guerra como o Messerschmitt Bf-109/E e o Mustang P-51/D.
Em outra ala, uma televisão mostra o então presidente John F. Kennedy, em 1962, declarando que, antes do fim daquela década, seria "tempo para uma nova empreitada americana". "Nós vamos ao espaço", dizia ele, pedindo na ocasião ao Congresso dos EUA a liberação de US$ 531 milhões.
Antes, em 1957, para desgosto da opinião pública norte-americana, o cosmonauta soviético Yuri Gagarin havia orbitado a Terra.
A saga da corrida espacial -bem contada no museu com artefatos espaciais da ex-União Soviética e dos EUA, como o Skylab- teve outros momentos cruciais, como a chegada da Apollo 11 à Lua em 1969.
(SILVIO CIOFFI)


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