São Paulo, quinta-feira, 20 de abril de 2006

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Empanadas se escondem em vitrines açucaradas

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, NO CHILE

É como se fosse a nossa coxinha. Cada boteco, cada padaria, cada café tem a sua. Em geral, é assada. Vez ou outra, aparece frita. Seja como for, carne é recheio obrigatório -não moída como se faz por aqui, e sim cortada em delicados quadradinhos-, chamado de "pino". Passar por Santiago e não comer empanada é até um pecado. Há lugares devotados com exclusividade a ela, mas nem sempre é lá que se encontra o melhor exemplar da espécie.
No bairro de Lastarria, uma vitrine lambuzada de doces árabes parece servir de esconderijo para uma das mais brilhantes receitas da cidade. A empanada da Bombón Oriental faz as famílias estacionarem na calle Merced, entrarem na loja de uma porta só, pequenina e escura, e saírem de lá entupindo seus carros com pacotes e pacotes do pastel.
A empanada tem massa fina, assada no ponto e na hora, com recheio abundante. Experimente o de champignon: diferente dos tradicionais e com um sabor apimentado que faz diferença. Mas há também de "pino", de espinafre, de frango, de mariscos... Todas custam 800 pesos chilenos (R$ 3,32). São duas lojas -nos números 345 e 353.
De lá, pegue o metrô e desça na estação Los Heroes. Atravesse a avenida O'Higgins e caminhe um quarteirão à direita, até a calle Ejército Libertador. Quase na esquina, no número 19, você verá, por um vidro, bolos de um, dois ou três andares com casais de noivos de gesso em cima ou cobertos de glacê colorido, formando desenhos do ursinho Pooh ou de carros de corrida. Uma placa avisa que são maquetes: não dá para comer, são de isopor.
Esse é o curioso mostruário da confeitaria George's -que tem mais de 20 anos e seguramente não sofreu nenhuma mudança na decoração desde então-, especializada em bolos. Num canto da loja, um forno assa uma massa diferente da usada nas tortas. São empanadas, de só três recheios: "pino" (550 pesos chilenos; R$ 2,28), queijo e napolitana (500 pesos chilenos; R$ 2,07).
Espere o tempo que for necessário para comê-la quentinha, recém-saída do forno. Um porém: excesso de massa nas pontas. Defeito sublimado pela simpatia do casal de donos. (JD)


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