São Paulo, quinta-feira, 20 de julho de 2006

Próximo Texto | Índice

ACHADOS PERUANOS

Descobertas arqueológicas antigas e recentes pontilham país que abrigou dezenas de povos pré-incaicos

Peru incita turista a garimpar sua história

Heloisa Lupinacci/Folha Imagem
Casas de pedras minuciosamente encaixadas em Machu Picchu


HELOISA LUPINACCI
ENVIADA ESPECIAL AO PERU

Sipán, Chan Chan e Caral. Esses nomes dizem muito pouco se comparados a Machu Picchu, Cusco e Titicaca. Em comum a todos esses lugares: eles estão no Peru, país que, quase do mesmo tamanho do Estado do Pará, ostenta, ainda que timidamente em termos turísticos, o legado de dezenas de culturas pré-hispânicas, bons museus, 80 zonas biológicas -tem deserto, selva e cordilheira- e uma rica culinária, que tira proveito da variedade de vegetais e peixes disponível.
Mas, mesmo com toda essa diversidade, hoje, quando alguém diz "vou ao Peru", traduz-se automaticamente para "vou a Machu Picchu". Ainda que o país guarde -ou melhor, esconda- muito mais lugares a serem conhecidos.
Esses nomes -Lambayeque é a cidade que guarda o Museu Tumbas Reales do Senhor de Sipán, que exibe objetos encontrados no túmulo desse líder da cultura mochica, Chan Chan é a maior cidade de barro do mundo, construída há 700 anos, e Caral é a cidade mais antiga das Américas, tem 4.700 anos e foi descoberta em 1994- começam a atrair turistas, mas as cifras deixam claro o quanto eles são pouco procurados.
Enquanto Machu Picchu recebeu quase 680 mil visitantes em 2005, o museu de Sipán foi visto por 140 mil turistas, e Caral, por 43 mil pessoas. Por outro lado, esses números indicam outra característica comum a esses pontos: a infra-estrutura turística de Machu Picchu, com hotéis, trens, ônibus e guias, não se repete nos outros.
A falta de estrutura pode ser explicada pelo pouco tempo de exploração. Caral foi descoberta há 12 anos. A 200 km de Lima, essa cidade se desenvolveu na mesma época das civilizações mesopotâmica, egípcia, indiana e chinesa. Com uma peculiaridade: era a única isolada, dado que as outras quatro trocaram conhecimentos.
Assim, da mesma forma que os peruanos fazem, de tempos em tempos, grandes descobertas arqueológicas, encontrando múmias, tumbas ou cidades inteiras -neste ano foi a vez da Senhora de Cao, governante mochica, que colocou em xeque a idéia de que essa cultura era patriarcal-, o turista estrangeiro pode fazer grandes descobertas peruanas, traçando rotas pouco previsíveis, rumando ao norte ou aos arredores de Lima. Ainda que isso não signifique abrir mão de conhecer a grande estrela do turismo local. E, entre um sítio arqueológico e um museu, pode ainda se surpreender com a culinária local.

Heloisa Lupinacci viajou a convite da companhia aérea LAN e da Gray Line Tours/Viajes Pacifico


Próximo Texto: Achados peruanos: Lima tem apelo para estar na rota da viagem
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.