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"CHEVERE!"
Praia urbana perto da Cidade Velha tem ambulantes que insistem em ofertar massagem e "muamba"
Espreguiçar-se nas areias cartageneras exige paciência
EM CARTAGENA
Apesar de estarem diante das
águas mornas caribenhas, as
praias dos arredores da Cidade
Velha e dos bairros de Bocagrande e El Laguito (onde estão os
principais hotéis localizados fora
da muralha) são medianas. A faixa de areia é estreita e, por isso, foram construídos diques de pedras
para impedir a invasão das ondas
e da maré alta no pouco espaço de
que os banhistas dispõem.
As melhores opções são as ilhas
do Rosário e a afastada praia de La
Boquilla.
Mas quem não quiser encarar o
deslocamento pode aproveitar as
duas principais praias urbanas: El
Laguito e Bocagrande.
A primeira está em um dos extremos do litoral da cidade e é
uma pequena baía, formada por
um contorno da península em
que está o bairro de Bocagrande.
A praia fica em frente ao hotel Hilton e foi praticamente transformada em área particular. A circulação é livre, mas a faixa de areia
está ocupada por barracas e cadeiras de uso exclusivo dos hóspedes. Quando percebem alguém
com ar estrangeiro, os colombianos que alugam jet-skis se aproximam para oferecer seus serviços.
Quem quiser se aventurar desembolsa de 50 mil a 70 mil pesos
(R$ 57 e R$ 80) por uma hora de
diversão na água. Falar espanhol é
útil para negociar os preços.
Fugindo dos ambulantes
Saindo do El Laguito, inicia-se a
praia de Bocagrande, que se estende por cinco quilômetros até
os limites da Cidade Velha.
A praia é loteada por hotéis, que
buscam as melhores localizações
para pôr as cadeiras e as barracas
dos hóspedes. A circulação é livre.
Mas se engana o turista que acha
que poderá estender a toalha e estirar-se preguiçosamente na areia.
Os vendedores ambulantes perambulam por todos os lados e
costumam ser bastante inconvenientes. Jamais se dão por satisfeitos com uma recusa inicial. Eles
abordam primeiro os que, na sua
concepção, têm cara de "gringo
endinheirado". O estilo local é
chegar bem perto e oferecer os
produtos -de óculos a relógios
falsificados- a menos de meio
metro do nariz do possível freguês. E insistem tanto até que a
pessoa não tenha alternativa: ou
se rende e compra, ou perde a paciência e os manda embora.
As massagistas e as "cabeleireiras" que caminham por Bocagrande são uma atração à parte.
Têm sempre o cabelo arrumado
com vistosas tranças rastafári e
abordam os clientes com frases
que mais parecem cantadas: "Oi,
meu amor, quer que eu faça uma
massagem no seu corpinho?". A
elas se juntam as "palenqueras",
negras vistosas que andam pela
areia equilibrando na cabeça uma
cesta de frutas tropicais enquanto
sorriem para os turistas.
A praia de Bocagrande termina
logo no início da muralha. No trecho em frente à Cidade Velha, a
faixa de areia desaparece e o mar
bate direto nos rochedos que delimitam o Malecón (como é chamada a via litorânea, a avenida
Santander).
(RAFAEL ALVES PEREIRA)
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