São Paulo, segunda-feira, 20 de setembro de 2004

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"CHEVERE!"

Praia urbana perto da Cidade Velha tem ambulantes que insistem em ofertar massagem e "muamba"

Espreguiçar-se nas areias cartageneras exige paciência

EM CARTAGENA

Apesar de estarem diante das águas mornas caribenhas, as praias dos arredores da Cidade Velha e dos bairros de Bocagrande e El Laguito (onde estão os principais hotéis localizados fora da muralha) são medianas. A faixa de areia é estreita e, por isso, foram construídos diques de pedras para impedir a invasão das ondas e da maré alta no pouco espaço de que os banhistas dispõem.
As melhores opções são as ilhas do Rosário e a afastada praia de La Boquilla. Mas quem não quiser encarar o deslocamento pode aproveitar as duas principais praias urbanas: El Laguito e Bocagrande.
A primeira está em um dos extremos do litoral da cidade e é uma pequena baía, formada por um contorno da península em que está o bairro de Bocagrande. A praia fica em frente ao hotel Hilton e foi praticamente transformada em área particular. A circulação é livre, mas a faixa de areia está ocupada por barracas e cadeiras de uso exclusivo dos hóspedes. Quando percebem alguém com ar estrangeiro, os colombianos que alugam jet-skis se aproximam para oferecer seus serviços.
Quem quiser se aventurar desembolsa de 50 mil a 70 mil pesos (R$ 57 e R$ 80) por uma hora de diversão na água. Falar espanhol é útil para negociar os preços.

Fugindo dos ambulantes
Saindo do El Laguito, inicia-se a praia de Bocagrande, que se estende por cinco quilômetros até os limites da Cidade Velha.
A praia é loteada por hotéis, que buscam as melhores localizações para pôr as cadeiras e as barracas dos hóspedes. A circulação é livre. Mas se engana o turista que acha que poderá estender a toalha e estirar-se preguiçosamente na areia.
Os vendedores ambulantes perambulam por todos os lados e costumam ser bastante inconvenientes. Jamais se dão por satisfeitos com uma recusa inicial. Eles abordam primeiro os que, na sua concepção, têm cara de "gringo endinheirado". O estilo local é chegar bem perto e oferecer os produtos -de óculos a relógios falsificados- a menos de meio metro do nariz do possível freguês. E insistem tanto até que a pessoa não tenha alternativa: ou se rende e compra, ou perde a paciência e os manda embora.
As massagistas e as "cabeleireiras" que caminham por Bocagrande são uma atração à parte. Têm sempre o cabelo arrumado com vistosas tranças rastafári e abordam os clientes com frases que mais parecem cantadas: "Oi, meu amor, quer que eu faça uma massagem no seu corpinho?". A elas se juntam as "palenqueras", negras vistosas que andam pela areia equilibrando na cabeça uma cesta de frutas tropicais enquanto sorriem para os turistas.
A praia de Bocagrande termina logo no início da muralha. No trecho em frente à Cidade Velha, a faixa de areia desaparece e o mar bate direto nos rochedos que delimitam o Malecón (como é chamada a via litorânea, a avenida Santander).
(RAFAEL ALVES PEREIRA)


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