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OLHA O PASSARINHO
Público dos estabelecimentos pantaneiros muda com a alta do dólar e os atentados de 11 de setembro
Pousadas se adaptam ao jeito brasileiro
DA ENVIADA ESPECIAL AO PANTANAL
Acostumados a receber majoritariamente estrangeiros, os hotéis
do Pantanal têm, gradativamente,
inserido em seus programas atrações que agradem mais a um público que agora está descobrindo
a região: o brasileiro.
Para pousadas e hotéis que trabalham com grande quantidade
de hóspedes, a mudança já é sensível. Há cerca de um ano e meio,
com os atentados de 11 de setembro e a alta do dólar, o perfil do turista pantaneiro mudou. Com
medo, muitos estrangeiros deixaram de vir ao Brasil. Já os brasileiros, com o aumento dos custos de
viagens para o exterior, têm voltado seus olhos para o próprio país.
E o crescimento do turismo ecológico colocou o Pantanal como
um dos destinos preferidos desses
turistas. Há hotéis da região em
que o turismo doméstico, que representava cerca de 30% do movimento, corresponde hoje a 60%.
Uma das alternativas que têm se
mostrado lucrativas para esses estabelecimentos é o "day use". Os
turistas ficam hospedados em cidades pantaneiras e passam um
dia nas fazendas, aproveitando a
estrutura dos passeios e a acomodação dos hotéis.
Dessa forma, é possível conhecer diversos locais e não ficar preso ao dia-a-dia da programação
dos hotéis-fazendas. Um dia custa, em média, R$ 75 e pode incluir
passeios por trilhas, de barco e
caiaque, além de refeições. Essa é
uma das alternativas para agradar
ao perfil "aventureiro e agitado"
do viajante brasileiro.
Outra foi encontrada pelo Refúgio Ecológico Caiman (www.caiman.com.br), que destacou
um guia de campo para cuidar da
recreação. No intervalo entre um
passeio e outro, o hóspede pode
fazer passeio de bicicleta, caiaque,
cavalo e até jogar bola.
Outras pousadas têm também
como ponto forte a pesca esportiva, atividade até hoje citada quando se fala de Pantanal e muito
apreciada pelos brasileiros.
Já a Rio Negro (www.fazendarionegro.com.br), da ONG Conservation International (www.conservation.org.br), além do
turismo convencional, aposta em
programas ligados à preservação
ambiental e à pesquisa.
Em parceria com o Earthwatch
Institute (www.earthwatch.org),
recebe estudantes e pesquisadores. A fazenda, que mantém contato com diversas universidades,
abriga pesquisadores interessados em fazer seu trabalho de campo no local. A ONG promove a
viagem de estudantes, que pagam
o pacote para acompanhar o trabalho dos cientistas.
(MARIANA LAJOLO)
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