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VÁ DE MILHAS
Passageiro deve ver validade dos pontos
Na hora de escolher um programa de milhagem, fique atento à anuidade e às taxas dos cartões de crédito
Eduardo Knapp/Folha Imagem
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O empresário Mário, que tinha milhas da Varig durante a crise da empresa, e sua mulher, a chef de cozinha Ana Maria
DA REPORTAGEM LOCAL
Voar sem pagar e viajar numa
classe superior sem tirar um
tostão do bolso. Bom para o viajante, ótimo para as companhias aéreas e bancos, na sua
busca por atrair e manter clientes. Mas é preciso ficar atento
para evitar decepções.
Não são raros os casos de
pessoas que perdem os pontos
por causa da validade. O primeiro passo para evitar que isso aconteça é ler o regulamento
do programa, geralmente disponível nos sites oficiais.
Não é só porque poderá acumular muitas milhas indo hoje
para Paris que conseguirá usar
seus pontos depois. Passado o
prazo previsto no regulamento,
não adianta reclamar.
"Depois de ler as condições
do contrato, é bom salvá-lo em
uma pasta no computador",
afirma a advogada Joung Won
Kim, membro da Comissão de
Direito do Consumidor da
OAB-SP (Ordem dos Advogados do Brasil). "Porque, se houver um problema lá na frente, o
consumidor terá o documento
como base", diz.
Outro alerta é em relação aos
programas de milhagem de cartões de crédito. Em alguns casos, o banco cobra uma taxa do
cliente para que ele entre no
programa. Neste caso, cheque
se a cobrança está especificada
no contrato. "A empresa não
pode anunciar vantagens de
um cartão de crédito e depois
cobrar uma taxa se isso não estiver documentado", diz Joung.
Validade
Para Maria Christina Oliveira, técnica de defesa do consumidor do Procon-SP (Fundação de Proteção e Defesa do
Consumidor), o ideal é optar
por programas cujos pontos
não tenham prazo de validade.
Se o cliente tiver problemas
com a pontuação, o primeiro
passo é entrar em contato com
a empresa e anotar o número
do protocolo da reclamação. Se
nada mudar, ele pode se dirigir
a órgãos de defesa do consumidor, como o Procon-SP (telefone: 151; www.procon.sp.gov.br). Queixa registrada, o Procon-SP manda uma
carta à empresa que, se não resolver o problema em dez dias,
será chamada para negociar
um acordo com o cliente.
Outra questão importante é
o período de utilização dos
pontos. Na TAM, por exemplo,
para ir à Europa na alta estação
é preciso acumular mais pontos do que na baixa.
Susto
Segundo Maria Christina, o
Procon-SP não tem recebido
reclamações dos programas de
ponto. Ela lembra que a pior
época em relação a isso foi durante a crise da Varig, em 2006.
"Não se sabia o que iria acontecer com os pontos acumulados.
Foi um desespero", diz.
Segundo ela, o problema se
resolveu quando a Gol comprou a Varig e anunciou que os
pontos poderiam ser resgatados. Foi assim com o empresário Mário de Jesus do Nascimento, 55, que entrou para o
programa de milhagens da Varig assim que ele foi lançado, há
15 anos. "Quando a empresa
entrou em crise, parou tudo".
A diminuição do número de
voos dificultava ainda a manutenção do status de cada usuário, que exige um número mínimo de milhas voadas por ano.
"A compra da Varig foi um alívio. As milhas foram reativadas
e o contrato foi renovado", conta. Hoje, ele e a mulher, a chef
de cozinha Ana Maria do Nascimento, 30, utilizam três programas de fidelidade: o da Gol/
Varig, o da Tap e o da Tam.
Murilo Barbosa, diretor de
marketing da Gol/Varig, explica que os pontos da Varig valem
"desde que o participante tenha feito o recadastramento no
site e as milhas estejam dentro
do prazo de validade.
O participante pode usar
suas milhas para qualquer voo
da Gol ou Varig e em empresas
que mantêm acordos estratégicos, como a Air France/ KLM [a
partir de 1º de julho de 2009]".
(LUISA ALCANTARA E SILVA)
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