São Paulo, quinta-feira, 21 de maio de 2009

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VÁ DE MILHAS

Passageiro deve ver validade dos pontos

Na hora de escolher um programa de milhagem, fique atento à anuidade e às taxas dos cartões de crédito

Eduardo Knapp/Folha Imagem
O empresário Mário, que tinha milhas da Varig durante a crise da empresa, e sua mulher, a chef de cozinha Ana Maria

DA REPORTAGEM LOCAL

Voar sem pagar e viajar numa classe superior sem tirar um tostão do bolso. Bom para o viajante, ótimo para as companhias aéreas e bancos, na sua busca por atrair e manter clientes. Mas é preciso ficar atento para evitar decepções.
Não são raros os casos de pessoas que perdem os pontos por causa da validade. O primeiro passo para evitar que isso aconteça é ler o regulamento do programa, geralmente disponível nos sites oficiais.
Não é só porque poderá acumular muitas milhas indo hoje para Paris que conseguirá usar seus pontos depois. Passado o prazo previsto no regulamento, não adianta reclamar.
"Depois de ler as condições do contrato, é bom salvá-lo em uma pasta no computador", afirma a advogada Joung Won Kim, membro da Comissão de Direito do Consumidor da OAB-SP (Ordem dos Advogados do Brasil). "Porque, se houver um problema lá na frente, o consumidor terá o documento como base", diz.
Outro alerta é em relação aos programas de milhagem de cartões de crédito. Em alguns casos, o banco cobra uma taxa do cliente para que ele entre no programa. Neste caso, cheque se a cobrança está especificada no contrato. "A empresa não pode anunciar vantagens de um cartão de crédito e depois cobrar uma taxa se isso não estiver documentado", diz Joung.

Validade
Para Maria Christina Oliveira, técnica de defesa do consumidor do Procon-SP (Fundação de Proteção e Defesa do Consumidor), o ideal é optar por programas cujos pontos não tenham prazo de validade.
Se o cliente tiver problemas com a pontuação, o primeiro passo é entrar em contato com a empresa e anotar o número do protocolo da reclamação. Se nada mudar, ele pode se dirigir a órgãos de defesa do consumidor, como o Procon-SP (telefone: 151; www.procon.sp.gov.br). Queixa registrada, o Procon-SP manda uma carta à empresa que, se não resolver o problema em dez dias, será chamada para negociar um acordo com o cliente.
Outra questão importante é o período de utilização dos pontos. Na TAM, por exemplo, para ir à Europa na alta estação é preciso acumular mais pontos do que na baixa.

Susto
Segundo Maria Christina, o Procon-SP não tem recebido reclamações dos programas de ponto. Ela lembra que a pior época em relação a isso foi durante a crise da Varig, em 2006. "Não se sabia o que iria acontecer com os pontos acumulados. Foi um desespero", diz.
Segundo ela, o problema se resolveu quando a Gol comprou a Varig e anunciou que os pontos poderiam ser resgatados. Foi assim com o empresário Mário de Jesus do Nascimento, 55, que entrou para o programa de milhagens da Varig assim que ele foi lançado, há 15 anos. "Quando a empresa entrou em crise, parou tudo".
A diminuição do número de voos dificultava ainda a manutenção do status de cada usuário, que exige um número mínimo de milhas voadas por ano. "A compra da Varig foi um alívio. As milhas foram reativadas e o contrato foi renovado", conta. Hoje, ele e a mulher, a chef de cozinha Ana Maria do Nascimento, 30, utilizam três programas de fidelidade: o da Gol/ Varig, o da Tap e o da Tam.
Murilo Barbosa, diretor de marketing da Gol/Varig, explica que os pontos da Varig valem "desde que o participante tenha feito o recadastramento no site e as milhas estejam dentro do prazo de validade.
O participante pode usar suas milhas para qualquer voo da Gol ou Varig e em empresas que mantêm acordos estratégicos, como a Air France/ KLM [a partir de 1º de julho de 2009]".
(LUISA ALCANTARA E SILVA)


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