São Paulo, quinta-feira, 21 de maio de 2009

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Evento aborda isenção de visto aos EUA

POW WOW Feira reuniu 4.600 profissionais do turismo para mostrar novidades da indústria norte-americana de viagens

SILVIO CIOFFI
ENVIADO ESPECIAL AOS EUA

Está em pauta a isenção de vistos para turistas brasileiros que vão aos EUA. Nada foi decidido por enquanto, mas, no 41º Pow Wow, maior evento anual da indústria do turismo norte-americano, que acabou ontem, em Miami, eram fortes os rumores de que o Brasil pode, num futuro próximo, entrar no rol dos países cujos viajantes estão dispensados da exigência para ir aos EUA.
Em 2008, o Brasil foi o sexto maior emissor de turistas para os EUA, totalizando 770 mil viajantes -cresceu cerca de 20,3% com relação a 2007 e ficou atrás de Reino Unido, Japão, Alemanha, França e Itália. No total, em 2008, 58 milhões de turistas estrangeiros se destinaram aos EUA -o número exclui Canadá e México, com os quais fazem fronteira.
Roger Dow, presidente da U.S. Travel Association, que organiza o Pow Wow, voltou a defender que, nos EUA, as viagens de turismo e de negócios são uma solução para a crise econômica e que é preciso facilitar a visitação e cuidar para que a recepção dos estrangeiros nos aeroportos norte-americanos seja mais rápida e acolhedora.
Para Dow, "em tempos de recessão econômica global e até de gripe suína, os EUA devem estar de olho nas receitas geradas pela indústria do turismo". Segundo ele, viajantes internacionais gastam no país cerca de US$ 142 bilhões anuais e, se somadas as receitas diretas e indiretas, o setor fatura estimados US$ 1,8 trilhão/ano, e é grande gerador de empregos.
A possibilidade da isenção de vistos para brasileiros que se destinam aos EUA, segundo Jussara Haddad, do departamento de comércio da Embaixada dos EUA, está ancorada no baixo índice de recusas de vistos -que hoje, no Brasil, gira em torno de 5%. "Há cinco ou seis anos, as recusas giravam em torno de 20% ou 25%", diz.
Normalmente, países cujo índice de vistos de entrada recusados é de 3% são candidatos à dispensa do carimbo. Neste ano, o Brasil, uma exceção no mundo, continua a enviar número crescente de viajantes aos EUA, tendência que se mantém há 33 meses. Comparando com 2008, em janeiro, fevereiro e março deste ano, segundo números do departamento de comércio norte-americano, cerca de 13% mais turistas brasileiros foram aos EUA. Enquanto isso, 20, dos maiores países emissores de viajantes para os EUA amargaram números negativos (estima-se que o número de turistas estrangeiros tenha caído 10% nos primeiros meses deste ano).
Para Luiz de Moura Jr., vice-presidente internacional da U.S. Travel Association, com a medida "é possível que dobre o número de brasileiros viajando a lazer aos EUA". Segundo ele, o governo Obama está interessado em agilizar essa isenção. Reunindo 4.600 profissionais do setor, o Pow Wow mostra novidades da indústria de viagens nos EUA e de megaparques temáticos, companhias hoteleiras, aéreas, de navegação, e locadoras de carros, e expõe em estandes o que há de novo em cidades e Estados norte-americanos.
Nesta edição, segundo os organizadores, o Pow Wow deve gerar negócios da ordem de até US$ 4 bilhões em divisas para os Estados Unidos. Para Miami, que foi sede do evento, o impacto econômico positivo gerado pelo Pow Wow é estimado em até US$ 400 milhões. Segundo William Talbert 3º, presidente do Miami Convention and Visitors Bureau, hoje o aeroporto de Miami -que vem se expandindo- recebe voos de 89 companhias de 138 países.
"Cerca de 48% dos turistas que vêm a Miami são estrangeiros e deixam algo como US$ 17 bilhões anualmente". Presente no evento, Matti Herrera Bower, prefeita de Miami Beach, disse que, a despeito da crise, a cidade continua construindo e remodelando hotéis e está em vias de inaugurar uma Sinfônica projetada pelo arquiteto Frank Gehry, cuja construção está a todo vapor nas proximidades do Centro de Convenções onde ocorreu o Pow Wow.


SILVIO CIOFFI, editor de Turismo, viajou a convite da U.S. Travel Association of America e da American Airlines


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