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BRASIL GERMÂNICO
Região de Blumenau e Pomerode não se rende a influências externas e mantém hábitos dos colonizadores
Em SC, rastro alemão vai além da Oktoberfest
PALOMA VARÓN
FREE-LANCE PARA A FOLHA
Quando se fala em Blumenau, a
primeira coisa que vem à cabeça é
a Oktoberfest, a versão tupiniquim do maior festival de chope
do mundo, que ocorre anualmente em Munique, Alemanha.
Mas os alemães, principais colonizadores do local, trouxeram
muito mais a Blumenau que o festival de chope, que, em outubro,
entra em sua 21ª edição no país.
Por toda a cidade nota-se a influência germânica, que, embora
seja predominante, não é a única.
Tradições italianas também estão
presentes em Blumenau e nas cidades em volta, como Pomerode,
Indaial, Brusque e Ibirama, apelidando a região do norte de Santa
Catarina de "Vale Europeu".
A gastronomia e o hábito de beber chope são, com a arquitetura,
os aspectos mais marcantes da influência germânica em Blumenau
(a 139 km de Florianópolis) ou
Pomerode (a 32 km de Blumenau). Casas em estilo enxaimel
-com tijolos sem reboco, entremeados por traves de madeira-
estão em toda parte, assim como
floridos jardins bem cuidados,
além de restaurantes que servem
pratos e bebidas típicas alemãs.
O próprio batismo de Blumenau vem do sobrenome do primeiro imigrante alemão (Hermann Blumenau). O mesmo
acontece em Pomerode, que consegue manter ainda mais intocados os traços da imigração.
Em algumas escolas da região, o
alemão é ensinado como língua
estrangeira com o inglês. O bilingüismo é comum em Pomerode,
onde estima-se que 95% dos habitantes falem alemão.
O idioma também é ouvido na
vila Itoupava, a 25 km do centro
de Blumenau, espécie de microcidade com casinhas em enxaimel.
Embora autônoma, Itoupava tem
um intendente designado pela
Prefeitura de Blumenau. Então
pertence a Pomerode o título de
cidade mais alemã do Brasil. Elas
resistem ao tempo e às influências
externas. Como na aldeia do gaulês Asterix, são "irredutíveis" e
têm orgulho de suas origens.
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