São Paulo, quinta-feira, 21 de junho de 2007

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

DESTINO BRASIL/SE

Canindé conduz visitantes a cânions

Paredões avermelhados e água esverdeada convidam a um mergulho, mas muvuca compromete passeio

DO ENVIADO ESPECIAL A SERGIPE

Em Sergipe, é possível pagar a visita ao rio São Francisco em dois lugares distintos.
O primeiro é a foz, no norte, na divisa com Alagoas. De carro, chega-se ao porto de Brejo Grande, a 137 km da capital. Dali, segue-se de escuna até as dunas e lagoas naturais formadas pela foz. O passeio custa em média R$ 65 nas agências de turismo de Aracaju.
E o segundo lugar está longe do litoral: o turista que imagina que as belezas naturais de Sergipe se restringem à costa será surpreendido pelo "velho Chico" em pleno sertão nordestino. A cidade de Canindé do São Francisco é a porta de entrada para a visitação dos cânions do rio. A configuração atual é resultado do enchimento do reservatório da usina hidrelétrica de Xingó, que começou a ser construída há 20 anos, em 1987, e foi inaugurada em 1994. As águas chegam a 170 metros de profundidade.
Os catamarãs que percorrem os cânions saem do restaurante Karranca's de manhã até o meio da tarde, das 8h às 15h. O passeio, que dura três horas, custa R$ 35 por pessoa. No trajeto, chamam a atenção do turista as diferentes tonalidades da água, as ilhas fluviais e os paredões -que chegam a medir 80 metros de altura.
O ponto de parada é a gruta do Talhado. O contraste entre a vermelhidão dos paredões e a água esverdeada é um convite irrecusável para o mergulho.

"Piscinão"
Um pequeno píer flutuante auxilia no desembarque e serve como baliza para que os turistas não saiam da vista do capitão do barco.
Dessa forma, o espaço para o banho é cercado e fica bastante restrito se a embarcação estiver com sua lotação máxima (até 190 pessoas).
Não é possível relaxar na água e em silêncio em meio a tanta gente e ao som alto que toca na embarcação. Outro incômodo é a limitação de horário: o tempo de parada não passa de uma hora. O capitão anuncia os minutos finais pelo alto-falante.
No mesmo píer, duas canoas com lugares para cinco passageiros cada uma prometem mostrar de perto aos turistas as entranhas do cânion. Quem espera ver um labirinto infinito de paredões irá se decepcionar. A canoa anda menos de 100 m e se depara com o fim da tal gruta. O jeito é voltar ao "piscinão".
Para fugir desse controle, uma boa opção é o aluguel de lanchas. Por R$ 300, aluga-se uma para sete passageiros por quatro horas, com possibilidade de parada para mergulho em outros pontos.

Museu
Na saída do passeio, há ainda o museu de Arqueologia de Xingó (www.max.org.br) a ser visitado.
A parte mais representativa do seu acervo de 55 mil peças está exposta. São cerâmicas, instrumentos de rocha, pinturas rupestres, esqueletos e reconstituições de nossos antepassados.
As peças mais antigas têm 9.000 anos. A maior parte do acervo foi retirada às pressas dos diversos sítios arqueológicos da região, antes de esses serem inundados pelas águas da hidrelétrica de Xingó.
(LEONARDO WEN)


Texto Anterior: Destino Brasil/SE: Cidade investe em pequenos sanfoneiros
Próximo Texto: Barco leva a local em que Lampião foi assassinado
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.