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DESTINO BRASIL/SE
Canindé conduz visitantes a cânions
Paredões avermelhados e água esverdeada convidam a um mergulho, mas muvuca compromete passeio
DO ENVIADO ESPECIAL A SERGIPE
Em Sergipe, é possível pagar
a visita ao rio São Francisco em
dois lugares distintos.
O primeiro é a foz, no norte,
na divisa com Alagoas. De carro, chega-se ao porto de Brejo
Grande, a 137 km da capital.
Dali, segue-se de escuna até as
dunas e lagoas naturais formadas pela foz. O passeio custa em
média R$ 65 nas agências de turismo de Aracaju.
E o segundo lugar está longe
do litoral: o turista que imagina
que as belezas naturais de Sergipe se restringem à costa será
surpreendido pelo "velho Chico" em pleno sertão nordestino. A cidade de Canindé do São
Francisco é a porta de entrada
para a visitação dos cânions do
rio. A configuração atual é resultado do enchimento do reservatório da usina hidrelétrica
de Xingó, que começou a ser
construída há 20 anos, em
1987, e foi inaugurada em 1994.
As águas chegam a 170 metros
de profundidade.
Os catamarãs que percorrem
os cânions saem do restaurante
Karranca's de manhã até o
meio da tarde, das 8h às 15h. O
passeio, que dura três horas,
custa R$ 35 por pessoa. No trajeto, chamam a atenção do turista as diferentes tonalidades
da água, as ilhas fluviais e os paredões -que chegam a medir
80 metros de altura.
O ponto de parada é a gruta
do Talhado. O contraste entre a
vermelhidão dos paredões e a
água esverdeada é um convite
irrecusável para o mergulho.
"Piscinão"
Um pequeno píer flutuante
auxilia no desembarque e serve
como baliza para que os turistas não saiam da vista do capitão do barco.
Dessa forma, o espaço para o
banho é cercado e fica bastante
restrito se a embarcação estiver
com sua lotação máxima (até
190 pessoas).
Não é possível relaxar na
água e em silêncio em meio a
tanta gente e ao som alto que
toca na embarcação. Outro incômodo é a limitação de horário: o tempo de parada não passa de uma hora. O capitão
anuncia os minutos finais pelo
alto-falante.
No mesmo píer, duas canoas
com lugares para cinco passageiros cada uma prometem
mostrar de perto aos turistas as
entranhas do cânion. Quem espera ver um labirinto infinito
de paredões irá se decepcionar.
A canoa anda menos de 100 m e
se depara com o fim da tal gruta. O jeito é voltar ao "piscinão".
Para fugir desse controle,
uma boa opção é o aluguel de
lanchas. Por R$ 300, aluga-se
uma para sete passageiros por
quatro horas, com possibilidade de parada para mergulho em
outros pontos.
Museu
Na saída do passeio, há ainda
o museu de Arqueologia de
Xingó (www.max.org.br) a
ser visitado.
A parte mais representativa
do seu acervo de 55 mil peças
está exposta. São cerâmicas,
instrumentos de rocha, pinturas rupestres, esqueletos e reconstituições de nossos antepassados.
As peças mais antigas têm
9.000 anos. A maior parte do
acervo foi retirada às pressas
dos diversos sítios arqueológicos da região, antes de esses serem inundados pelas águas da
hidrelétrica de Xingó.
(LEONARDO WEN)
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