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TURQUIA DUAL
Bazares guardam alma turca e pechinchas
Com negociações, preço de artigos, como suvenires, artesanatos e iguarias, pode ser reduzido em 80%
DA ENVIADA A ISTAMBUL
Poucas coisas traduzem tão
bem o "estar na Turquia" quanto passear pelas intrincadas
alamedas dos bazares de Istambul -e delas sair abarrotado de
artigos sem ter muita certeza
sobre como eles foram parar
em suas mãos.
Mesmo que seu objetivo não
seja fazer compras, algumas
horas em um bazar são necessárias para entender um pouco
da cultura do país.
Dos falantes vendedores aos
incontáveis chás de maçãs que
lhe serão oferecidos, passando
pelos aromas instigantes que se
confundem no ar, poucas coisas refletem tão bem a Turquia.
Com corredores que por vezes se assemelham aos de um
shopping center e que em um e
outro canto lembram a rua 25
de Março, em São Paulo, ou
uma feira de rua, é possível
achar de quase tudo nas pequenas lojas e estandes.
Nem todos os artigos são de
boa qualidade, claro, mas com
um olhar mais atento e alguma
resolução para não se deixar levar pelas sempre simpáticas
palavras dos vendedores é possível encontrar coisas que valham a pena.
De prosaico, camisetas e bijuterias aos borbotões. De "típico" -ou do que o turista espera encontrar em um bazar
turco- narguilés, lanternas,
louça, tapetes, bolsinhas. Ainda
é possível achar boas peças em
cerâmica -em alguns casos,
pintadas à mão- e couro. E,
claro, as frutas secas, os temperos, os chás e os doces típicos.
De comum, a pechincha. Nada sai pelo preço inicial. Com
um pouco de paciência e rapidez na hora de fazer contas
-sobretudo se você está interessado em levar mais de um
artigo-, é possível ganhar descontos de 80%.
Negociar em liras turcas e
lembrar que sua renda é em
reais -e não em dólares, euros
ou libras- sempre ajuda. Aliás,
dizer que é brasileiro e ouvir os
turcos discorrerem fascinados
sobre futebol é quase uma garantia de um bom negócio, de
um brinde ou, no mínimo, de
um tratamento especial.
Os bazares mais conhecidos
de Istambul são o Grande Bazar e o bazar de Especiarias. O
primeiro é um centenário aglomerado de mais de 4.000 lojas e
bancas situadas em uma imensa área murada e coberta encravada no coração da cidade. O
de Especiarias, de frente para o
Bósforo, é uma tentação para
quem gosta de comer e/ou de
cozinhar. Apesar do nome, ele
não se restringe a temperos,
parecendo mais uma enorme
feira livre onde é possível receber lições culinárias preciosas e
provar chás e doces exóticos.
O risco maior é que a insistência dos vendedores, o cuidado com que eles embalam todos
os produtos que você compra e
a infindável prova de guloseimas e doação de brindes levem-no a exagerar na empolgação.
Lembre-se da hora de voltar. As
companhias aéreas estão cada
vez mais duras com o excesso
de bagagem.
(LUCIANA COELHO)
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