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Tema está na ponta da língua dos moradores
DO ENVIADO ESPECIAL
As fêmeas passam o verão se
alimentando na Antártida e vêm
amamentar os filhotes onde a
água é mais quente e rasa. Os filhotes ainda não sabem nadar direito e por isso não podem mergulhar muito fundo, com o perigo
de se afogarem. Por isso vemos
tantas fêmeas com filhotes brincando no quebra-mar. A explicação é de Mariana de Medeiros e
Rafaela Cardoso Ramos, moradoras de Imbituba e que colecionam
recortes sobre baleias desde os sete anos. Aos 17, ambas se preparam para estudar oceanografia.
A presença dos cetáceos marca
a vida de muitos moradores da cidade. Os mais jovens crescem escutando dos mais velhos histórias
de 30 anos atrás, quando as baleias eram caçadas nas praias da
cidade. Todos têm algo a contar.
A baleia franca recebeu esse nome devido ao seu temperamento
dócil e a sua dedicação ao filhote,
permanecendo ao seu lado, mesmo sob ataque. Esse é um dos motivos pelos quais a espécie se tornou alvo fácil de caçadores. Outro
é que se trata de um animal de
águas rasas, que fica submerso
por no máximo 20 minutos.
Hoje restam apenas cerca de
4.000 baleias francas no mundo.
Há dois anos um decreto federal
criou a Área de Proteção Ambiental da Baleia Franca, que abrange
cerca de 130 km de costa entre o
sul de Florianópolis e o balneário
de Rincão, no sul do cabo de Santa Marta (veja mapa nesta pág.).
Vários animais da espécie franca
austral visitam essa região a partir
de junho para reprodução.
Os pesquisadores do Projeto
Baleia Franca ainda não sabem o
que leva os animais a escolherem
essa área. "Imaginamos que se
trata de uma combinação de fatores que envolve principalmente a
geografia do lugar", explica a pesquisadora Karina Groch, que realiza seu projeto de doutorado sobre esse tema.
A última estação baleeira do sul
do país fechou em 1973. Outros
cetáceos foram mortos na Paraíba
até 1985. Proibida por tratados internacionais desde 1937, a caça à
baleia foi finalmente proibida por
lei federal no Brasil em 1987.
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