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NO TABULEIRO
Paçoca de mandioca com coco integra menu de almoço na aldeia
Tribo de Caraíva promove bom programa de índio
DO ENVIADO ESPECIAL A PORTO SEGURO (BA)
O viajante terá a sensação de ter
um belo dia de índio em Caraíva.
A travessia do rio feita numa canoa, uma visita à aldeia pataxó e o
fato de não haver eletricidade por
lá -isso não quer dizer que não
exista luz: algumas pousadas e
restaurantes utilizam energia solar- dão uma idéia de como o local aproxima o turista da natureza
virgem e como ele pode ter um
momento bem diferente daquele
a que está acostumado.
O cenário também lembra o de
um filme: as ruas são de areia, cercadas por construções simples,
mas bem cuidadas.
O modo mais fácil de chegar ao
local é fazendo uma travessia de
canoa (cobra-se uma passagem
de ida e volta de R$ 3) pelo rio Caraíva -que tem águas de coloração avermelhada devido à grande
quantidade ferro.
Os automóveis não são comuns
em Caraíva, exceto os bugues
conduzidos pelos índios, que os
usam para oferecer um meio de
transporte aos turistas.
A mata atlântica está por todos
os lados. Não são poucos os pássaros vistos durante o trajeto. É
bem comum, inclusive, avistar
uma ave de rapina chamada gavião caça-macaco, que, como o
próprio nome diz, é predadora de
pequenos primatas que habitam a
a floresta. As falésias, presentes
por toda a Costa do Descobrimento, também fazem parte da
cenografia criada pela natureza.
Um dos caminhos passa por
uma grande criação de búfalos,
que ocupa uma planície que vai
além do alcance da visão. Ao longe, é possível divisar o monte Pascoal, o primeiro indício de terras
avistado pela frota de Cabral.
Relativamente baixo (tem 536
metros de altura), ele se destaca
justamente por a região ser uma
grande planície.
As praias são propícias para o
mergulho. Visite a do Satu, nomeada assim devido a um nativo
que ainda está lá (um ótimo contador de histórias) e a do Espelho,
um porto de recifes naturais.
Gringo quer ver índio
Dentro do Parque Nacional de
Monte Pascoal está a aldeia pataxó de Barra Velha, um ponto turístico muito apreciado por estrangeiros, que demonstram muito interesse pelas feições dos nativos e pelas moradias construídas
com madeira e barro, mas de
prestígio inversamente proporcional entre os brasileiros.
Andar pela aldeia proporciona
surpresa para pessoas pouco habituadas a sair da cidade. Por
exemplo: quantas vezes você viu
um pé de abacaxi -se é que já viu
um? Lá eles existem ao montes,
espalhados pelo chão, que aqui
tem uma areia diferente, branca e
preta e bastante rala. Se estiver de
chinelo, seu pé ficará imundo,
mas isso é o de menos, pois Caraíva elimina a vontade de usar qualquer tipo de calçado.
Dentro da aldeia existe um centro cultural, onde os jovens
aprendem e cultivam as tradições
e realizam apresentações especiais para os turistas (R$ 15 por
pessoa). O show inclui música e
dança, com um espaço para a participação dos visitantes. Depois, é
oferecido um delicioso almoço,
cujo cardápio é peixe assado em
folhas de bananeira, uma paçoca
de mandioca com coco e água de
coco. Detalhe: sem nenhum condimento industrializado.
Como chegar
O caminho até Caraíva é uma
aventura. Deve-se seguir em direção ao sul pela BR-101 por 62 km.
É pouco, mas as condições da estrada ficam péssimas assim que
Eunápolis fica para trás. Além disso, não é aconselhável ir com um
automóvel comum. Atolar nas estradas de areia fofas é fácil e uma
ajuda pode demorar horas para
aparecer.
(FERNANDO BADÔ)
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