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TURISTA APRENDIZ
Muitos locais têm programas pedagógicos, embora certas estadas tenham como meta apenas integrar
Acampamentos não querem só divertir
DA REPORTAGEM LOCAL
Os bichinhos de pelúcia preferidos dos irmãos Alice, 9, Gabriel, 7,
e Pedro Andreoli Hirata, 5, os ajudaram a aliviar as saudades de casa quando saíram pela primeira
vez com a escola para um fim de
semana num acantonamento, aos
cinco anos de idade.
As crianças são alunas da Escola
Carlitos, que tem como algumas
das metas com a viagem desenvolver a capacidade de iniciativa
da criança e solidificar as amizades do grupo, segundo a coordenadora de G4 a primeira série da
escola, Laura Piteri.
De acordo com Simone Zaterka,
diretora da escola, as crianças ainda exercitam "o respeito ao outro
e aprendem desde pequenos que
pertencem a um grupo".
Até o ano passado, os alunos de
primeira a quarta série da Escola
Santo Inácio costumavam ir para
o Rancho Ranieri, com o objetivo
de desenvolver o lado esportivo e
a solidariedade, segundo a diretora-geral da instituição, Beka Kury.
Neste ano a escola não deve oferecer a viagem porque, de acordo
com a diretora, tem diminuído o
interesse dos estudantes, que freqüentam esses locais em julho.
Também os alunos de primeira
a quarta série do colégio Oswald
de Andrade-Caravelas costumam
viajar para um acampamento,
normalmente o República Lago.
"Eles ganham experiência de autonomia e aprendem a lidar com
uma outra forma de organização", diz a diretora-geral da escola, Maria de Lourdes Trevisan.
Para Sibele Andreoli, mãe de
Alice, Gabriel e Pedro, as crianças
dessa idade gostam de se sentir
capazes. Alice conta ter ajudado
uma amiguinha a arrumar a cama
e se orgulha de dizer que sua turma ganhou o concurso de quarto
mais arrumado do local.
"A gente brincava muito, não tinha nada para escrever, nenhuma
lição para fazer", lembra Alice.
Atividades pedagógicas
Mas hoje a maioria dos acampamentos não se destina apenas ao
lazer, embora continue oferecendo brincadeiras, jogos, atividades
aquáticas, cavalgadas e esportes
radicais.
Hoje vários se auto-intitulam
"acampamentos pedagógicos"
para oferecer estudo do meio e
viagens de formatura às escolas.
Muitos desses estabelecimentos,
inclusive, são membros da Abae.
No ano passado, os alunos da
quinta série do Colégio Rainha da
Paz estudaram no Sítio do Carroção, em Tatuí, a transformação
daquele espaço geográfico, além
da canalização e do tratamento da
água, segundo a coordenadora de
quinta e sexta séries da escola, Elvira Maria Godinho Aranha.
O República Lago, em Leme,
oferece programas sobre arqueologia, cinema e cartografia, entre
outros, e tem parceria com fazendas de café da região, que recebem os freqüentadores.
Já a especialidade do English
Camp, em Itapetininga, é a imersão na língua inglesa durante os
dias de estada do acampado. A experiência foi vivida por Luna Pasquale Ghinato, 12, nas férias de janeiro. Ela conta ter melhorado
muito na língua enquanto praticava esportes como beisebol e desenvolvia atividades de artesanato, como tingimento de camiseta
e confecção de pulseiras.
Aluna do Colégio Beatíssima,
Luna também foi com os colegas
de classe para a Fazenda Monjolinho, em São Pedro. Gincana, dança e teatro são algumas das atividades citadas pela estudante no
acampamento. "À noite, a gente
tinha tanto sono que nem dava
para conversar com as amigas."
(MARISTELA DO VALLE)
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