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TURISTA APRENDIZ
Colégio doa dinheiro para construção de reservatórios, e alunos conferem reação dos moradores in loco
Renda de festa junina paga cisternas no PI
DA REPORTAGEM LOCAL
Um Palio Weekend custa perto
de R$ 30.800. Com esse valor também é possível comprar 30 cisternas para moradores do Piauí. Foi
o que fez o Colégio Rainha da Paz
com o dinheiro arrecadado na
festa junina do ano passado. Oficialmente foi construída uma cisterna por casa em locais como o
município de Dirceu Arcoverde e
a serra do Gavião, mas cada poço
pode abastecer 50 pessoas, segundo a coordenadora da pastoral do
colégio católico, Maria Amélia
Fernandes.
Construídas as cisternas, espécies de reservatório de água, quatro alunos da quinta série, duas
coordenadoras e uma freira da escola foram conferir, em uma viagem de cinco dias, como a população recebeu o presente.
"Foi muito legal ver a emoção
das pessoas", diz Gabriela Bianchini, 12, uma das alunas sorteadas para ir ao Piauí. "Os moradores andavam pelo menos 2 km para pegar água suja num rio e viviam com dor nas costas."
Gabriela nunca tinha ido ao
Piauí e se surpreendeu com o que
viu. "Eu pensei que o chão fosse
todo rachado e cheio de ossos de
vacas mortas", comenta, acrescentando que, embora o local seja
bem seco, não corresponde exatamente ao quadro que pintara.
"Comi tapioca, maria bonita (arroz com carne), farofa, carne-de-sol. Adorei, nossa, é muito bom."
Como Dirceu Arcoverde fica a
40 km de São Raimundo Nonato,
o grupo, que se alojou em casas
paroquiais, também visitou as famosas pinturas rupestres do local.
"Deu para ver detalhes delas", comenta Gabriela, que estudava o
assunto nas aulas de história.
A compra das cisternas faz parte
de um projeto chamado Água para Vidas Secas, o qual o colégio
mantém neste ano e que discute
em classe a questão da água, que,
aliás, é tema da campanha da fraternidade deste ano.
Do Piauí, os representantes da
escola telefonavam ou mandavam e-mail para os alunos da escola e chegaram a conversar com
eles durante a aula de ciências, segundo relato de Maria Amélia,
que também participou da viagem. O projeto ainda inclui a troca de informações entre os alunos
do colégio paulistano e os de escolas de Dirceu Arcoverde.
Neste ano, deve aumentar o número de alunos e professores do
Rainha da Paz a participar da viagem. Devem ir para o Piauí pelo
menos dois alunos de cada série
entre a quinta série e o terceiro
ano do ensino médio. "Viajarão
no máximo 20 pessoas", conta
Maria Amélia, explicando que
não cabe mais do que isso na casa
paroquial que abriga os viajantes.
(MARISTELA DO VALLE)
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