|
Próximo Texto | Índice
ARGENTINA INTERIOR
Rosarinos são amantes do ar livre e da vida noturna; no verão, margens se transformam em balneário
Em Rosário, boemia se espalha pelo rio Paraná
JULIANA DORETTO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM ROSÁRIO (ARGENTINA)
Para que você iria a Rosário?
Não, a cidade não tem o porte
ou a fama de Buenos Aires nem
a singularidade natural da Patagônia. Mas tem um pouco de
cada um deles. Na urbanidade,
há o centro histórico e a boemia
-traduzida pelos universitários que caminham lépidos pelas ruas, seja uma da tarde ou
uma da manhã, façam 2C ou
20C. Na natureza, reina o rio
Paraná: ao redor dele, se esparramam os bairros da cidade.
Portanto, ainda que não seja
seu destino final, Rosário vale
uma espiada.
Evite os dias de temperatura
baixa, porque, aí, o Paraná -e
conseqüentemente todo o lugar- perde o vigor. Com sol, pipoca gente nas praias de água
doce e nas ilhas, que estão a minutos da orla. Quem quer privacidade paga 2 pesos argentinos (R$ 1,46) e fica na praia particular, a Florida. Os que preferem economizar ou gostam de
animação vão a áreas públicas.
O Paraná nasce em solo brasileiro, no Estado de São Paulo,
com a confluência dos rios
Grande e Paranaíba. São 4.900
km de extensão, que termina
na bacia do Prata. Em Rosário,
o rio se mostra imenso e limpo.
É nas pistas de caminhada ao
seu redor (como a Costa Alta,
erguida dentro do rio) que famílias inteiras passeiam. É no
muro beirando o rio que pescadores armam suas cadeiras coloridas. E é no seu leito, no parque de las Colectividades, que
restaurantes servem peixes retirados do próprio rio.
Para ser apresentado a tudo
isso, aproveite o passeio de barco que sai aos sábados, domingos e feriados, às 14h30 e às 17h
ou, no verão, às 17h e às 19h30,
ao lado da Estação Fluvial. O
passeio no Ciudad de Rosário
leva duas horas e custa 7 pesos
argentinos (cerca de R$ 5,15).
Torcida organizada
No mais, Rosário também
tem seu Corinthians e Palmeiras (ou seu Boca Juniors e River Plate). São os times de Rosário Central e Newell's Old
Boys, que dividem a torcida fanática da população e compartilham o patrocinador. Os primeiros são chamados de "canallas" (canalhas), e os segundos,
de "lepras" -reza a lenda que
os apelidos surgiram durante
um briga ocorrida em um jogo
beneficente em favor dos portadores de hanseníase.
A cidade também ostenta um
herói municipal: Che Guevara
nasceu ali, em um prédio anônimo, no cruzamento das ruas
Urquiza e Entre Ríos, e, apesar
de ter se mudado para Córdoba
poucos anos depois, sempre foi
torcedor do Rosário Central
-pelo menos é o que sustentam bravamente os outros fãs
do time argentino.
Mas talvez a maior característica de Rosário sejam os próprios rosarinos. Gente que gosta do ar livre e da cerveja de sua
infinidade de bares; que passeia
pelo centro mesmo aos domingos, com as lojas fechadas; que
aproveita um dia livre com sol
como se fosse único. Eis aí um
convite ao turista.
Juliana Doretto viajou a convite do Rosário Convention & Visitors Bureau e da Gol
Próximo Texto: Argentina natural: Na orla da cidade, bandeira celeste tremula intrépida Índice
|