São Paulo, quinta-feira, 22 de junho de 2006

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Passeio por calçadão vira degustação de guloseimas

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Rosário parece querer competir com Buenos Aires no número de cafés por quarteirão. No centro, nos calçadões cercados de edifícios neoclássicos do século 19, a parada para o cafezinho argentino -que lembra o que por aqui chamamos de carioca- é o início, o meio e o fim de qualquer passeio.
A peatonal (calçadão) Córdoba deve ser a linha mestra de uma caminhada pelas ruas centrais. Ela se estende por meia dúzia de quarteirões e abriga prédios emblemáticos para a cidade, como a Bolsa de Comércio, edifício erguido em 1929 e que até hoje movimenta a importante produção agrícola da cidade (vale dar uma olhadela em seu interior, totalmente restaurado). Nesse ponto, o descanso deve ser no café Augustus (no número 1.398), ponto tradicional para os engravatados do centro -sobretudo aqueles com mais cabelos brancos-, logo em frente à entrada da Bolsa. Na entrada, um simpático porteiro evita o trabalho do visitante de abrir a porta e mostra que tudo lá é um pouco à moda antiga. Portanto, não espere pelo cardápio. Vá ao balcão e escolha a guloseima.
A poucos quarteirões dali, em uma das travessas da Córdoba, está o El Cairo (Sarmiento com Santa Fé), que, fundado em 1943, foi abrigo de poetas e artistas, entrou em decadência nos anos 1990, fechou as portas em 2002 e teve seu prédio praticamente destruído por um incêndio em 2004. Restaurado e reaberto no mesmo ano, com ar moderninho, agora está sempre cheio de gente de todas as idades, sobretudo no fim da tarde. O café com leite e o croissant, chamado por lá de "medialuna", são perfeitos para um lanchinho, ou "la merienda".
Com o fim da caminhada pela Córdoba -que desemboca na plaza de Mayo-, dê meia volta e faça todo o caminho de volta (seu hotel com certeza estará nessa direção). Aproveite para testar outros cafés e eleger o seu favorito. (JD)


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