São Paulo, quinta-feira, 22 de junho de 2006

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ENTRE NA ONDA/NO BRASIL

Entre os "top 10", transatlântico de luxo explorou, de passagem, a costa brasileira na última temporada

No país, setor cresceu 500% desde 98/99

SILVIO CIOFFI
EDITOR DE TURISMO

Segundo experts, o mercado internacional de cruzeiros marítimos só não cresce mais rapidamente porque a indústria de construção naval trabalha, hoje, a todo o vapor, no limite de sua capacidade. No Brasil, esse negócio tem crescido a uma velocidade ainda maior que a média mundial -500% desde a temporada 1998/1999.
Apesar do lobby contrário que setores da indústria de resorts do país exerce, afirmando que os navios que aqui vêm na virada do ano lhes tira movimento, empregam relativamente poucos brasileiros e não fazem todas as suas compras no Brasil, as empresas que trazem transatlânticos para a costa brasileira -Sun&Sea (www.sunsea.com.br), Costa Cruzeiros (www.costacruzei ros.com), CVC (www.cvc.com.br) e MSC (www.msccruzeiros.com.br)- têm aumentado exponencialmente, ano a ano, a oferta de cabines -e devem trazer embarcações cada vez mais sofisticados para esses mares.

Além-mar

Considerada pela revista "Condé Nast Traveller" como uma das dez melhores companhias mundiais de cruzeiro, a Celebrity Cruises (www.celebritycruises.com.br) tem entre seus destaques o navio Millenium, que não faz cabotagem nas costas brasileiras -e sim grandes travessias entre Europa, Caribe, Alasca etc.-, mas esteve aqui no Carnaval.
Na ocasião, dobrou o cabo Horn, aportando em Buenos Aires, Montevidéu, Portobelo (SC), Búzios e Rio, retornando a Buenos Aires. Vinha antes de Fort Lauderdale (Flórida), tendo passado pelo canal do Panamá e por Valparaíso (Chile).
Com 91 mil toneladas, 294 m de comprimento e capacidade para 1.950 passageiros (920 em cabines que miram o mar e 615 em internas), esse transatlântico cravejado de obras de arte contemporânea tem 20 cozinheiros -supervisionados pelo chef Michel Roux- e 120 pessoas trabalhando nas cozinhas, que servem 9.000 refeições diariamente. Dois dos 20 cozinheiros, num cruzeiro de luxo como esse, se ocupam exclusivamente de passageiros VIP com gostos mais "excêntricos".
Num gigante de luxo como o Millenium, que pertence a uma companhia de cruzeiros marítimos premium controlada pela Royal Caribbean, há, normalmente, hóspedes de 30 nacionalidades. Assim, navios com esse perfil precisam ter uma logística de diversão capaz de entreter quase 2.000 passageiros de todas as idades.
Quando veio à América do Sul, na viagem aproveitou o Carnaval carioca, o Millenium tinha 50% de passageiros latinos e só um punhado de japoneses, por exemplo, mas o programa de bordo não podia negligenciá-los. Ofereceu atividades em língua japonesa e comida adequada a esse público.
Em um transatlântico desse padrão, que percorre o mundo, passageiros vindos da Índia podem achar a comida "internacional" sem grande apelo. Também é preciso ter infra-estrutura para fazer comida kosher, vegetariana, etc.


SILVIO CIOFFI viajou a convite da Celebrity Cruises/Sun&Sea.

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