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ENTRE NA ONDA/NO MUNDO
Luxo contrapõe onda de embarcações gigantes ao atendimento intimista dos pequenos navios
Mega e mini disputam primazia do chique
SILVIO CIOFFI
EDITOR DE TURISMO
JULIANA DORETTO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Neste mês, um gigantesco
transatlântico de luxo, duas vezes maior que o lendário Titanic, foi lançado ao mar. O Freedom of the Seas, da companhia
Royal Caribbean, considerado
o maior navio do mundo na
atualidade, capaz de transportar 5.034 pessoas, começou a
fazer cruzeiros no último dia 4.
Com 160 mil toneladas, 1.817
cabines e 339 metros de comprimento, ele foi concebido
com inovações que incluem jacuzzis externas e piscina que simula ondas surfáveis. Mas, por
outro lado, há 3.600 passageiros dividindo essa estrutura.
Potências como essa são apenas uma das pontas do leque de
navios de luxo oferecido aos
cruzeiristas de além-mar. Se o
Queen Mary 2, da empresa Cunard, acolhe 2.620 passageiros,
as três embarcações da companhia Seabourn são feitas para
no máximo 208 pessoas. Já os
quatro navios -também de alto
luxo- da Silversea (www.silversea.com, representada pela Pier 1, www.pier1.com.br)
têm capacidade de 296 (Silver
Cloud e Silver Wind) a 382 passageiros (Silver Whisper e Silver Shadow).
Neles, o sistema é "all-inclusive" e 24 horas até para bebidas; há cinco refeições diárias e
todas as cabines têm vista para
o mar (80% delas têm, também, varanda privativa).
Assim, se você quer embarcar numa dessas viagens internacionais de luxo, precisa escolher entre os navios gigantes e
os relativamente pequenos.
Defensores de navios enormes -o recém-lançado Freedom of the Seas tem 64 m de altura, o que equivale a um prédio de mais de 20 andares- argumentam que, neles, se vive
muito bem e numa infinidade
de ambientes. Já os que preferem os pequenos transatlânticos afirmam que nada se compara a uma atmosfera tranqüila
em que é possível ao tripulante
reconhecer o passageiro e onde
não há filas para comer e nem
festas feéricas.
Tomando como referência a
lista com as melhores companhias de cruzeiro do mundo
da revista "Condé Nast Traveller", verifica-se que a publicação norte-americana também
divide os ganhadores em embarcações de grande e de pequeno porte (veja quadro ao lado com a ficha técnica e o pacote de uma embarcação de cada
uma das empresas).
"Em cruzeiro, o luxo não está
ligado ao tamanho. Está na comida, no serviço. Não dá para
chegar a uma fórmula aritmética", diz Ricardo Amaral, diretor de cruzeiros da Abav (Associação Brasileira de Agências
de Viagens) e autor de "Cruzeiros Marítimos" (ed. Manole,
296 págs., R$ 58).
De qualquer forma, quando
abrir o catálogo de cruzeiros
VIP na sua frente, tenha a certeza de que o número de meganavios será cada vez maior, já
que a tendência do mercado é a
de os tamanhos crescerem em
progressão geométrica -e,
com eles, a sofisticação.
Com embarcações maiores, a
companhia reduz, em tese,
seus gastos, pois, nesses navios,
a tecnologia faz o trabalho de
vários funcionários. Ou seja, o
número de tripulantes não
cresce da mesma forma que o
número de cabines.
Mas essa economia de escala
não é a única razão para o surgimento desses gigantes marítimos. "A companhia acredita
que vai oferecer mais opções
para seu público. O Freedom,
por exemplo, tem atributos
únicos. A maior parede de escalada, a maior suíte, um ringue
de boxe. Mas tem ambientes
intimistas também, como um
restaurante para 60 pessoas",
diz Amaral.
Viajar em navios menores
também tem suas vantagens
saborosas. Um regalia para o
turista é que os pequenos podem atracar diretamente em
canais estreitos ou em diminutas praias. Lugares impossíveis
para os grandes transatlânticos, que ficam longe da costa,
enquanto seus passageiros
chegam à areia por meio de pequenas embarcações.
Além disso, os tripulantes
atendem, em geral, a um menor número de cruzeiristas e
há espaço de sobra. As desvantagens são piscinas e academia
de ginástica menores, por
exemplo.
Mas, independentemente do
tamanho, um navio novo nem
sempre será melhor do que um
velho. "Muitos estão sendo revitalizados, ganhando tudo o
que um navio mais novo tem",
explica Amaral.
Resumindo tudo: ao escolher
seu cruzeiro de luxo, pense no
tipo de viagem desejada. Com
muita ou pouca gente; quieta
ou festeira; para descansar ou
para se agitar. "No Brasil, há
bastante festa nos navios. No
Caribe, na Europa e no Alasca,
os passeios são mais tranqüilos, porque o público é mais velho. Mas, num cruzeiro de três
dias, você encontra jovens, pessoas que estão fazendo um cruzeiro pela primeira vez ", ensina Amaral. "Sugiro procurar
um agente de viagens experiente, que possa orientar a escolha. O preço será o mesmo ou
até menor do que o do site da
companhia."
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