São Paulo, quinta-feira, 22 de junho de 2006

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ENTRE NA ONDA/NO MUNDO

Luxo contrapõe onda de embarcações gigantes ao atendimento intimista dos pequenos navios

Mega e mini disputam primazia do chique

SILVIO CIOFFI
EDITOR DE TURISMO

JULIANA DORETTO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Neste mês, um gigantesco transatlântico de luxo, duas vezes maior que o lendário Titanic, foi lançado ao mar. O Freedom of the Seas, da companhia Royal Caribbean, considerado o maior navio do mundo na atualidade, capaz de transportar 5.034 pessoas, começou a fazer cruzeiros no último dia 4. Com 160 mil toneladas, 1.817 cabines e 339 metros de comprimento, ele foi concebido com inovações que incluem jacuzzis externas e piscina que simula ondas surfáveis. Mas, por outro lado, há 3.600 passageiros dividindo essa estrutura.
Potências como essa são apenas uma das pontas do leque de navios de luxo oferecido aos cruzeiristas de além-mar. Se o Queen Mary 2, da empresa Cunard, acolhe 2.620 passageiros, as três embarcações da companhia Seabourn são feitas para no máximo 208 pessoas. Já os quatro navios -também de alto luxo- da Silversea (www.silversea.com, representada pela Pier 1, www.pier1.com.br) têm capacidade de 296 (Silver Cloud e Silver Wind) a 382 passageiros (Silver Whisper e Silver Shadow).
Neles, o sistema é "all-inclusive" e 24 horas até para bebidas; há cinco refeições diárias e todas as cabines têm vista para o mar (80% delas têm, também, varanda privativa).
Assim, se você quer embarcar numa dessas viagens internacionais de luxo, precisa escolher entre os navios gigantes e os relativamente pequenos.
Defensores de navios enormes -o recém-lançado Freedom of the Seas tem 64 m de altura, o que equivale a um prédio de mais de 20 andares- argumentam que, neles, se vive muito bem e numa infinidade de ambientes. Já os que preferem os pequenos transatlânticos afirmam que nada se compara a uma atmosfera tranqüila em que é possível ao tripulante reconhecer o passageiro e onde não há filas para comer e nem festas feéricas.
Tomando como referência a lista com as melhores companhias de cruzeiro do mundo da revista "Condé Nast Traveller", verifica-se que a publicação norte-americana também divide os ganhadores em embarcações de grande e de pequeno porte (veja quadro ao lado com a ficha técnica e o pacote de uma embarcação de cada uma das empresas).
"Em cruzeiro, o luxo não está ligado ao tamanho. Está na comida, no serviço. Não dá para chegar a uma fórmula aritmética", diz Ricardo Amaral, diretor de cruzeiros da Abav (Associação Brasileira de Agências de Viagens) e autor de "Cruzeiros Marítimos" (ed. Manole, 296 págs., R$ 58).
De qualquer forma, quando abrir o catálogo de cruzeiros VIP na sua frente, tenha a certeza de que o número de meganavios será cada vez maior, já que a tendência do mercado é a de os tamanhos crescerem em progressão geométrica -e, com eles, a sofisticação.
Com embarcações maiores, a companhia reduz, em tese, seus gastos, pois, nesses navios, a tecnologia faz o trabalho de vários funcionários. Ou seja, o número de tripulantes não cresce da mesma forma que o número de cabines.
Mas essa economia de escala não é a única razão para o surgimento desses gigantes marítimos. "A companhia acredita que vai oferecer mais opções para seu público. O Freedom, por exemplo, tem atributos únicos. A maior parede de escalada, a maior suíte, um ringue de boxe. Mas tem ambientes intimistas também, como um restaurante para 60 pessoas", diz Amaral.
Viajar em navios menores também tem suas vantagens saborosas. Um regalia para o turista é que os pequenos podem atracar diretamente em canais estreitos ou em diminutas praias. Lugares impossíveis para os grandes transatlânticos, que ficam longe da costa, enquanto seus passageiros chegam à areia por meio de pequenas embarcações.
Além disso, os tripulantes atendem, em geral, a um menor número de cruzeiristas e há espaço de sobra. As desvantagens são piscinas e academia de ginástica menores, por exemplo.
Mas, independentemente do tamanho, um navio novo nem sempre será melhor do que um velho. "Muitos estão sendo revitalizados, ganhando tudo o que um navio mais novo tem", explica Amaral.
Resumindo tudo: ao escolher seu cruzeiro de luxo, pense no tipo de viagem desejada. Com muita ou pouca gente; quieta ou festeira; para descansar ou para se agitar. "No Brasil, há bastante festa nos navios. No Caribe, na Europa e no Alasca, os passeios são mais tranqüilos, porque o público é mais velho. Mas, num cruzeiro de três dias, você encontra jovens, pessoas que estão fazendo um cruzeiro pela primeira vez ", ensina Amaral. "Sugiro procurar um agente de viagens experiente, que possa orientar a escolha. O preço será o mesmo ou até menor do que o do site da companhia."


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