São Paulo, quinta-feira, 22 de julho de 2010

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Normandia deu cor ao impressionismo

Região francesa inspirou pintores do movimento, que no século 19 descobriram uma nova luz pictórica do local

Cidades abrigam festival impressionista, com exposições, concertos, mostras de fotos e peças de teatro


Silvio Cioffi/Folhapress
Canto direito de Étretat, com reprodução de Claude Monet mostrando a falésia d’Amont; à esquerda fica a falésia d’Aval

SILVIO CIOFFI
EDITOR DE TURISMO

O verão esquenta a paisagem europeia e, até 26 de setembro, as regiões francesas da Baixa e da Alta Normadia fazem 200 eventos alusivos ao impressionismo (www.franceguide.com e www.normadie-tourisme.fr).
Corria o século 19 e o pintor francês Eugène Boudin mostrou nova luz ao colega Claude Monet num momento em que a fotografia ocupava o espaço da pintura.
A Boudin e Monet logo se juntaram Pissarro, Corot, Courbet, Jongkind, Gauguin, Huet, Turner, Sisley e, mais tarde, Angrand, Marquet, Signac e Dufy, que decidiram criar uma maneira diversa de ver e de fazer arte.
Surgiu assim, em 1863, em Paris, uma tendência artística: alguns desses pintores organizaram o Salão dos Recusados. O nome "impressionismo" aflorou em 1874, numa exposição que chocou a crítica, pinçado do nome do quadro "Impressão, Nascer do Sol" (1873), de Monet.
Tendo a Normandia como fermento ativo, o estilo vicejou. Feitos lá, óleos impressionistas descobriam a emoção visual em nuvens, luzes, rochas, casarios, barcos de pesca e na própria geografia.
No bojo dos eventos que acontecem agora e convidam a descobertas, dá para revisitar paisagens e cidades que viraram obras de arte. Expostos nos principais museus, quadros e gravuras mostram cenas que pouco mudaram desde que foram pintadas, no século 19.
A agenda cultural impressionista inclui ainda concertos, exposições de fotos e até peças de teatro. Sítios portuários à margem do rio Sena e da costa podem ser alcançados de barco, há aeroportos regionais e linhas ferroviárias. Mas as curtas distância entre Paris e as paisagens identificadas com o impressionismo convidam a rotas de carro, combinando autoestradas e cênicas vicinais.
A exceção talvez seja Giverny: nessa vila de 500 habitantes a 40 minutos da capital francesa dá para chegar de trem a partir da Gare Saint-Lazare, estação pintada por Monet em 1877. Em Giverny, além da casa do próprio Monet e dos jardins, há, ao lado, o Museu dos Impressionistas (www.mdig.fr).
Quem faz de carro esse roteiro se depara com as intrigantes falésias de Étretat, o agitado porto de Le Havre e a eterna catedral gótica de Rouen, ícone do movimento. No trajeto, as luzes mudam e a viagem parece feita de pintura. Os cenários naturais e as vilas se prestam a incursões gastronômicas e a piqueniques, como o retratado por Édouard Manet.
Na cesta, além de pães, patê e queijos, é bom levar suco de maçã e sidra, o espumante típico da região normanda de Calvados, onde a colheita desses frutos é feita de setembro a dezembro. E pedir nas doçarias a tortinha de maçã -ou "tarte normande".
Estude para combinar pernoites em cidades maiores, como Rouen e Caen, e em localidades costeiras, como Honfleur, Étretat e Deauville, onde os impressionistas achavam fregueses entre os burgueses que iam à praia. E, também, em lugares bucólicos, como Lyons-la-Forêt, em meio ao campo pontilhado de florzinhas azuis.

SILVIO CIOFFI viajou a convite da Atout France, do Centro Regional de Turismo da Normandia e da Air France

Veja mais material sobre Normandia impressionista em

folha.com.br/turismo


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