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Normandia deu cor ao impressionismo
Região francesa inspirou pintores do movimento, que no século 19 descobriram uma nova luz pictórica do local
Cidades abrigam festival impressionista, com exposições, concertos, mostras de fotos e peças de teatro
Silvio Cioffi/Folhapress
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Canto direito de Étretat, com reprodução de Claude Monet mostrando a falésia d’Amont; à esquerda fica a falésia d’Aval
SILVIO CIOFFI
EDITOR DE TURISMO
O verão esquenta a paisagem europeia e, até 26 de setembro, as regiões francesas
da Baixa e da Alta Normadia
fazem 200 eventos alusivos
ao impressionismo
(www.franceguide.com e www.normadie-tourisme.fr).
Corria o século 19 e o pintor francês Eugène Boudin
mostrou nova luz ao colega
Claude Monet num momento
em que a fotografia ocupava
o espaço da pintura.
A Boudin e Monet logo se
juntaram Pissarro, Corot,
Courbet, Jongkind, Gauguin,
Huet, Turner, Sisley e, mais
tarde, Angrand, Marquet,
Signac e Dufy, que decidiram
criar uma maneira diversa de
ver e de fazer arte.
Surgiu assim, em 1863, em
Paris, uma tendência artística: alguns desses pintores organizaram o Salão dos Recusados. O nome "impressionismo" aflorou em 1874, numa exposição que chocou a
crítica, pinçado do nome do
quadro "Impressão, Nascer
do Sol" (1873), de Monet.
Tendo a Normandia como
fermento ativo, o estilo vicejou. Feitos lá, óleos impressionistas descobriam a emoção visual em nuvens, luzes,
rochas, casarios, barcos de
pesca e na própria geografia.
No bojo dos eventos que
acontecem agora e convidam
a descobertas, dá para revisitar
paisagens e cidades que viraram obras de arte. Expostos
nos principais museus, quadros e gravuras mostram cenas que pouco mudaram
desde que foram pintadas,
no século 19.
A agenda cultural impressionista inclui ainda concertos, exposições de fotos e até
peças de teatro.
Sítios portuários à margem do rio Sena e da costa
podem ser alcançados de
barco, há aeroportos regionais e linhas ferroviárias.
Mas as curtas distância entre Paris e as paisagens identificadas com o impressionismo convidam a rotas de carro, combinando autoestradas e cênicas vicinais.
A exceção talvez seja Giverny: nessa vila de 500 habitantes a 40 minutos da capital francesa dá para chegar
de trem a partir da Gare
Saint-Lazare, estação pintada por Monet em 1877.
Em Giverny,
além da casa do próprio Monet e dos jardins, há, ao lado,
o Museu dos Impressionistas
(www.mdig.fr).
Quem faz de carro esse roteiro se depara com as intrigantes falésias de Étretat, o
agitado porto de Le Havre e a
eterna catedral gótica de
Rouen, ícone do movimento.
No trajeto, as luzes mudam e a viagem parece feita
de pintura. Os cenários naturais e as vilas se prestam a incursões gastronômicas e a piqueniques, como o retratado
por Édouard Manet.
Na cesta, além de pães, patê e queijos, é bom levar suco
de maçã e sidra, o espumante
típico da região normanda de
Calvados, onde a colheita
desses frutos é feita de setembro a dezembro. E pedir nas
doçarias a tortinha de maçã
-ou "tarte normande".
Estude para combinar pernoites em cidades maiores,
como Rouen e Caen, e em localidades costeiras, como
Honfleur, Étretat e Deauville,
onde os impressionistas
achavam fregueses entre os
burgueses que iam à praia. E,
também, em lugares bucólicos, como Lyons-la-Forêt, em
meio ao campo pontilhado
de florzinhas azuis.
SILVIO CIOFFI viajou a convite da Atout
France, do Centro Regional de Turismo da
Normandia e da Air France
Veja mais material sobre
Normandia
impressionista em
folha.com.br/turismo
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