São Paulo, quinta-feira, 23 de fevereiro de 2006

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

EUA

Estado recebeu 7 milhões de visitantes em 2005 e busca, agora, diminuir o fluxo e, ao mesmo tempo, aumentar o lucro

Havaí quer mais dólares de menos turistas

DA REDAÇÃO

O número de turistas ao Havaí alcançou a marca dos 7 milhões pela primeira vez em 2005. Esbarrando no limite do local, a indústria do turismo busca agora tornar as ilhas mais exclusivas.
Em 2005, o arquipélago recebeu 7.457.297 turistas, que gastaram a marca de US$ 115 bilhões.
As autoridades do setor detectaram que isso é muito perto da capacidade máxima e querem agora ser mais seletivos: atrair mais dólares com muito menos visitantes.
O alvo é o que eles batizaram de "turista em busca de atividade". Traduzindo em miúdos: pessoas ricas que jogam golfe, passam horas em spas, visitam várias ilhas e pagam por lanches superfaturados em bares de hotéis.
Um monte de turistas pode não parecer um problema para o Estado mais dependente do setor nos EUA. Mas pode ser. "Se você tenta colocar o maior número de pessoas possível no seu espaço, começa a estragar o seu produto", diz Rex Johnson, presidente do Hawaii Tourism Authority (escritório de turismo do Havaí).
Com muitos turistas, o serviço falha, e praias, parques, aeroportos e as já congestionadas estradas lotam. Longas filas de carro já são a regra em atrações turísticas populares, como o USS Arizona Memorial. "Se perdermos aquilo que chamamos de "aloha", nos tornaremos só um destino de praia e surfe. Não creio que sobreviveremos assim", diz Johnson.
O rumo do dinheiro investido em propaganda mostra o público que o Havaí quer atrair. O Hawaii Visitors & Convention Bureau, agência privada de divulgação, lançou campanha que tem anúncios em canais de TV como o Travel Channel e em sites como os do Discovery Channel, da revista "Forbes" e do "Wall Street Journal". Foi investido US$ 1 milhão nesses anúncios. Outros US$ 100 mil foram gastos para imprimir anúncios no "Wall Street Journal", único diário escolhido.
Mas, mesmo com um olho voltado para o turista endinheirado, as autoridades ressaltam que não estão tentando se livrar dos outros viajantes. Lembram que qualquer desastre natural ou causado pelo homem pode inverter a curva de crescimento a qualquer instante. "É uma indústria realmente frágil", afirma Johnson.


Texto Anterior: Aviação: Delta promove trechos internos nos EUA
Próximo Texto: Carnaval: Bar Luiz faz folia calma com mesas na calçada
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.