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VIAJE NA WEB
É preciso método para planejar pelo bom e velho Google
O sistema de buscas tem a vantagem de ser abrangente; para evitar roubadas, é uma boa cruzar os dados
DA REDAÇÃO
Diante do computador durante três horas por dia, todos
os dias, ao longo de dois meses.
Foi o tempo que Isabel Cunha
Bastos, 49, dona de restaurante
no Rio, levou para escolher os
hotéis em que ela e o marido,
Mario, 58, passariam os 25 dias
da viagem programada para comemorar as bodas de prata.
Não era mais fácil deixar tanto trabalho assim à cargo de
uma operadora ou de agência
de turismo? "Como era uma
ocasião especial, eu preferi cuidar de tudo pessoalmente. Foi
como assumir uma missão. Nada poderia sair errado", conta.
Sem conhecer os portais de
viagens, ela entrou no sistema
de buscas do bom e velho Google. E navegou pelos sites de cada hotel, entrando em todos os
quartos, espiando cada detalhe.
Evite o gato por lebre
E como saber se o que o site
mostra corresponde à realidade de quando se chega ao hotel?
Para evitar as roubadas, a dica
da empresária é estabelecer
critérios. "Se em vez de mostrar
uma boa foto do restaurante o
site mostrar a foto de uma flor
em cima da mesa, ou se em vez
de mostrar o quarto ele mostrar um quadro na parede, deve
ter alguma coisa errada, né?",
diz. "Esses, mesmo que tenham
o site mais lindo do mundo, eu
já descartava logo de cara."
Mesmo tomando cuidados
como esse, não há garantias.
"Em Paris, reservamos um hotel quatro estrelas. Mas, quando chegamos, nos colocaram
num quarto que ficava no térreo, todo escuro, um negócio
horrível", conta. Como o site
mostrava uma coisa e a realidade era outra, o jeito foi chamar
o gerente. "Exigimos que nos
mudassem de quarto". Final feliz, o casal foi mandado para o
último andar, em uma das melhores acomodações do hotel.
Com muitas paradas nesses
25 dias, incluindo Capadócia e
Istambul, na Turquia, Paris,
Cingapura e ilhas Maldivas, a
palavra de ordem para Isabel
foi organização. E, nesse sentido, o trabalho foi minucioso.
Hora de se organizar
Ela chegou a tabelar no Excel
as características de cada hotel.
"Não adianta só pesquisar. Como a gente se depara com muita informação, é preciso ter paciência para organizar tudo",
diz. E haja organização! Isabel
listou nome, localização, tipo
de quarto e informações sobre
café da manhã, restaurante, decoração, cofre, frigobar, internet, bar e diárias.
Na hora de pensar no roteiro
gastronômico, ela procurou sites de revistas especializadas,
que trouxessem listas dos restaurantes mais bem avaliados.
"Fui cruzando as informações,
até encontrar aqueles com bom
preço e cardápio."
A parte aérea foi feita com o
auxílio de uma agência de turismo, já que envolvia companhias menos conhecidas, para
pequenos trechos.
E de se localizar
Planilha de hotéis e restaurantes pronta, entrar no Google
Earth (earth.google.com.br)
ajudou o casal a avaliar a localização dos lugares pré-selecionados. Aí, o marido entrou em
ação. Responsável pelos passeios e pela programação cultural, foi a sua vez de passar horas na internet para, então, o
casal eleger os hotéis mais "estrategicamente posicionados".
(PRISCILA PASTRE-ROSSI)
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