São Paulo, quinta-feira, 23 de junho de 2011

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Conheça as reservas mundiais de surfe

Programa criado pelo grupo Save the Waves Coalition tem como objetivo proteger praias ao redor do mundo

Adesão não tem vínculo legal; critérios levam em conta a qualidade das ondas e o apoio da comunidade local

FILIPA SOUSA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Se perguntarem a um surfista o que é o surf, muito provavelmente a resposta juntará ondas e estilo de vida na mesma linha. Além da constante procura pela onda perfeita, o surfista preocupa-se também com a proteção dos ambientes do surf.
Em 2009, um grupo de surfistas criou um programa que não valoriza as praias apenas pela qualidade das ondas, como também pelo seu contributo para a história do surf e pelo apoio da comunidade local. Esse programa ganhou o nome de World Surfing Reserves.
O WSR (World Surfing Reserves) é liderado por um Conselho Visionário, por um Comité Executivo e por uma Equipe de Campo dos quais fazem parte pessoas notáveis do surf mundial que realizam a seleção final das ondas.
Drew Kampion, membro do programa, explica que o WSR "destaca uma área costeira atribuindo-lhe o estatuto de "local especial" mostrando que existem pessoas que se preocupam e que querem ver as ondas, a praia e o acesso a elas protegido."
Para que possam ser reconhecidas pelo World Surfing Reserves, as praias devem se destacar em quatro critérios pré estabelecidos. "A qualidade e consistência da onda ou zona de surf, a cultura do surf local e contributo para cultura do surf global, as características ambientais e o apoio da comunidade local são os critérios do programa" explica João de Macedo, embaixador do programa.
Desenvolvido em parceria com outras instituições, o World Surfing Reserves não tem um vinculo legal.
"Existe a necessidade de levar o conceito para a ordem Jurídica Nacional, nomeadamente a sua integração em Planos Eficazes de Ordenamento do Território, sejam eles de abrangência local, regional ou nacional" opina Miguel Dray, porta-voz dos Guardiões da Reserva da Ericeira (praia localizada na costa litoral portuguesa). Esta vinculação legal poderá trazer benefícios não só para a atividade turística como também para o esporte em si.

NO BRASIL
Apesar do seu clima e posicionamento geográfico, o Brasil ainda não está na lista de praias dedicadas pelo World Surfing Reserves. "Em 2009 a Confederação Brasileira de Surf nomeou várias ondas e praias Brasileiras para serem reconhecidas, desde Fernando de Noronha até Florianópolis, passando por Barra da Tijuca no Rio e Maresias em São Paulo" comenta João de Macedo.
Apesar da nomeação, não foi realizado nenhuma candidatura oficial, aspecto essencial para que o WSR possa avaliar e emitir o veredicto sobre a zona de surf. Adalvo Argolo, atual presidente da Confederação Brasileira de Surf alega que a nomeação das praias para o WSR foi realizado durante a antiga presidência. "As praias do Rio de Janeiro seriam uma referência para estar envolvidas neste programa porque além da qualidade das ondas, também tem um grande contributo social e cultural para o esporte".
Vencedor da Etapa Brasileira do ASP World Tour, o surfista Mineirinho, afirma que é necessário "pensar a respeito e rápido, para que as providências sejam tomadas e, assim, se possam identificar quais praias e áreas que devem ser trabalhadas neste sentido".


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