São Paulo, quinta-feira, 23 de agosto de 2007

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BALEIAS AQUI

Animais são identificados pela cauda

Instituto pesquisa e monitora atividades das jubartes que vão até o litoral baiano para se reproduzirem

DA ENVIADA À PRAIA DO FORTE (BA)

Um esqueleto de 13,7 metros exposto na entrada chama a atenção de quem passa na pacata avenida do Farol, base da ONG Instituto Baleia Jubarte na praia do Forte.
Ali funciona o Centro de Pesquisa e Educação Ambiental (Centropea). Fundado em 2001, o centro foi criado pela ONG para monitorar a espécie, que voltou a reocupar a região depois da proibição da caça no Brasil, em 1987.
Em seu anfiteatro, além das palestras que antecedem os passeios de observação, há atividades de lazer e eventos culturais. Para os que quiserem vestir a causa, há uma loja que vende camisetas e bonés.
É no Centropea que biólogos, educadores e voluntários desenvolvem um projeto de pesquisa de reconhecimento e hábitos da população das baleias que nascem e se reproduzem no Brasil. Segundo o biólogo Clarêncio Baracho, 32, um animal adulto pode medir 16 metros e pesar até 40 toneladas.
Pesquisador do projeto há sete anos, ele trabalha na identificação das baleias usando, entre outros métodos, a fotoidentificação, que consiste em examinar as fotos das caudas dos animais. "Cada baleia tem um recorte de cauda e pigmentação diferente, o que torna possível identificar e numerar cada indivíduo", explica.
Além de RG, algumas também têm nomes, como Feijão, Isa e Super Baleia -que possui um "S" na cauda. Clarêncio ainda não sabe se Feijão é macho ou se Isa é fêmea, pois não há nenhum sinal morfológico que possibilite a identificação visual do sexo das baleias. "É necessário um exame do DNA de uma amostra de pele", conta.
A exceção é quando há uma baleia com um filhote. Aí, sabe-se que é uma fêmea, já que os filhotes são completamente dependentes de suas mães até os oito meses.
Outro método usado para estudar a "baleia cantora" é a bioacústica. Os cantores dessa espécie são machos solitários que normalmente se manifestam durante a temporada reprodutiva, com a possível função de atrair fêmeas e/ou afastar outros machos. "É a verdadeira cantada", diverte-se o biólogo. (JULIANA CALDERARI)


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