|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
BALEIAS AQUI
Animais são identificados pela cauda
Instituto pesquisa e monitora atividades das jubartes que vão até o litoral baiano para se reproduzirem
DA ENVIADA À PRAIA DO FORTE (BA)
Um esqueleto de 13,7 metros
exposto na entrada chama a
atenção de quem passa na pacata avenida do Farol, base da
ONG Instituto Baleia Jubarte
na praia do Forte.
Ali funciona o Centro de Pesquisa e Educação Ambiental
(Centropea). Fundado em
2001, o centro foi criado pela
ONG para monitorar a espécie,
que voltou a reocupar a região
depois da proibição da caça no
Brasil, em 1987.
Em seu anfiteatro, além das
palestras que antecedem os
passeios de observação, há atividades de lazer e eventos culturais. Para os que quiserem
vestir a causa, há uma loja que
vende camisetas e bonés.
É no Centropea que biólogos,
educadores e voluntários desenvolvem um projeto de pesquisa de reconhecimento e hábitos da população das baleias
que nascem e se reproduzem
no Brasil. Segundo o biólogo
Clarêncio Baracho, 32, um animal adulto pode medir 16 metros e pesar até 40 toneladas.
Pesquisador do projeto há
sete anos, ele trabalha na identificação das baleias usando,
entre outros métodos, a fotoidentificação, que consiste em
examinar as fotos das caudas
dos animais. "Cada baleia tem
um recorte de cauda e pigmentação diferente, o que torna
possível identificar e numerar
cada indivíduo", explica.
Além de RG, algumas também têm nomes, como Feijão,
Isa e Super Baleia -que possui
um "S" na cauda. Clarêncio ainda não sabe se Feijão é macho
ou se Isa é fêmea, pois não há
nenhum sinal morfológico que
possibilite a identificação visual do sexo das baleias. "É necessário um exame do DNA de
uma amostra de pele", conta.
A exceção é quando há uma
baleia com um filhote. Aí, sabe-se que é uma fêmea, já que os filhotes são completamente dependentes de suas mães até os
oito meses.
Outro método usado para estudar a "baleia cantora" é a
bioacústica. Os cantores dessa
espécie são machos solitários
que normalmente se manifestam durante a temporada reprodutiva, com a possível função de atrair fêmeas e/ou afastar outros machos. "É a verdadeira cantada", diverte-se o
biólogo.
(JULIANA CALDERARI)
Texto Anterior: Turistas ganham palestras antes de sair ao mar Próximo Texto: Baleias aqui: No Brasil, turismo de observação é incipiente Índice
|