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BALEIAS AQUI
No Brasil, turismo de observação é incipiente
Atividade, que se concentra na Bahia e em Santa Catarina, ainda atrai poucos turistas, apesar de crescer
DA REDAÇÃO
As baleias francas, que transitam entre julho e novembro
pelo litoral catarinense, estão
se reproduzindo 14% ao ano,
contra 7% de anos anteriores.
As 11 que foram vistas no Estado em julho de 2006 passaram
a ser 56 neste ano. Agora, em
agosto, já são mais de cem.
Quem não se multiplica nessa proporção, embora venham
aumentando, são os turistas
que vão até lá observá-las.
Mas esse turismo, chamado
"whale watching" (observação
de baleias, em inglês), não soma
10 mil interessados anuais no
país (a maioria na Bahia, o restante em Santa Catarina), enquanto na península de Valdés,
na Argentina, totaliza 200 mil.
Isso motivou o argentino
Enrique Litman, presidente do
Instituto Baleia Franca e morador da praia do Rosa, reduto de
observação de baleias catarinense, a organizar por lá, de 15 a
18 de setembro, o 3º Encontro
Internacional de Whale Watching. Umas das pautas é justamente o sucesso de Valdés
(considerada patrimônio cultural da humanidade pela
Unesco), que abrigou os dois
primeiros encontros e que será
tema da palestra de Antonio
Torrejon, que está por trás desse caso de turismo bem-sucedido. "O Brasil não tem que inventar nada. É só copiar os
exemplos que deram certo",
sustenta Litman, citando, além
de Valdés, Québec (Canadá) e
Galápagos (Equador).
Para o presidente da operadora Freeway Adventures e diretor-geral da TOI, a Comissão
de Turismo Sustentável da
ONU, Edgar Werblowsky, o
"whale watching" cresceria
mais no país se, no caso baiano,
houvesse melhor infra-estrutura em Caravelas, vôo para lá e
dólar mais alto. "Apesar de tudo isso", diz, "este julho foi bem
melhor que o de 2006". Em relação a Valdés, Werblowsky
pensa que "beber da expertise
portenha no setor é crucial".
Especula-se que havia, no século 18, cerca de 100 mil baleias
francas nadando pelo litoral catarinense. Mas os colonizadores -açorianos, notórios caçadores de baleias- instalaram
uma estação baleeira em Imbituba em 1796. Os animais entraram no ciclo econômico (seu
óleo servia de combustível para
iluminar casas e ruas, entre outras funções) e quase sumiram.
A caça parou em 1973, e hoje
passam por lá cerca de 2.000
baleias.
(THIAGO MOMM)
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