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IDAS E VINDAS
Copo d'água vem antes de comilança
O prato legítimo do país é o frango a bicicleta, que em geral vem com fritas, arroz ou cuscuz marroquino
ESPECIAL PARA A FOLHA, NO BENIN
A oportunidade para dar início à variada gastronomia do
Benin surgiu já em Paris, onde
havia tilápia assada, abundante
em lagos e açudes, característicos da geografia beninense. Como acompanhamento, o amiwo, purê de milho vermelho,
delicado, leve e saboroso, e moyo, um molho à base de tomate,
cebola e pimentão.
Como segundo prato, galinha-d'angola e cuscuz do norte
da África, feito com sêmola
moída e cozida no vapor.
Quanto à água -sempre
ofertada antes de qualquer bebida nas casas-, os guias turísticos, em geral, recomendam
não bebê-la da torneira, ainda
que em Cotonou ela seja potável. Mais forte que a nossa cachaça é o sodabi, óleo de dendê
destilado, com 70% de teor alcoólico, vendido em dedais ou
copinhos minúsculos.
Há ainda os sucos de laranja,
limão, baobá e bissap -este, de
cor carmim, refrescante, tonificante e rico em vitamina C, vem
sendo industrializado e exportado para a Europa.
Base alimentar
Em Cotonou, como em Abomey, Uidá e Porto Novo, a base
alimentar é composta por peixes, mandioca, inhame, milho e
uma grande variedade de molhos. O frango a bicicleta é o legítimo prato beninense, nos
restaurantes ou nas ruas, dispostos de pernas pro ar. Geralmente vem com fritas, arroz ou
cuscuz marroquino.
Frango a bicicleta é o nome
dado aos frangos que vivem em
liberdade -e que, quando correm, dão a impressão de estar
de bicicleta. Em geral são galetos pequenos, rijos e assados.
Os maquis são os botequins
beninenses. Quase sempre servem um prato único, apresentado numa grande gamela, em
mesas na calçada ou na rua.
Outro alimento popular servido nas ruas é o akassá. Feito
de massa de milho fermentada,
é formatado como uma bola de
dez centímetros de diâmetro.
Massa esbranquiçada, de boa
consistência, vem embrulhada
em folha de bananeira cozida.
Há ainda algumas brasseries
e salões de chá. No bairro de
Cocotiers, a Chocolaterie Confiserie Omani surpreende por
seu padrão europeu, com geléias e bolos confeitados para
casamentos, com confeitos de
casais negros e outros enfeites,
como nunca se vêem no Brasil.
Artesanato
O Centro de Promoção Artesanal, com acesso pelo bulevar
Saint-Michel, ocupa um quarteirão. Nele há o Ateliê Comum, onde trabalham os artesãos, e a Aldeia Artesanal, onde
estão reunidas lojas com a rica
produção de artesanato.
Entre as lojas, há pátios nos
quais os artesãos muçulmanos
cumprem com suas obrigações
e preces em meio à balbúrdia.
Mais tarde virá a discussão, que
pode demorar horas, mas o preço original poderá ser reduzido
a até mais da metade. A pergunta inicial sempre é: "Quanto me
dá por esta peça?".
Tudo deve ser regateado, e o
primeiro preço jamais deve ser
aceito. É um princípio para que
o comprador seja respeitado.
Há também no local restaurante, cybercafé, loja de artesanato exclusivo de Abomey, móveis de madeira e vime, escultura de madeira, estatuetas, colares e diversos produtos tradicionais. Não fotografe os artesãos em seu trabalho sem pedir
licença. Eles podem reagir com
alguma agressividade. Alguns
querem só alguns trocados.
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