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MULTIFACE
Forma de Deus causa polêmica no país
NA ÍNDIA
É antiga a polêmica sobre a forma e o nome de Deus na Índia.
Cada linha de interpretação dos
"Vedas", textos sagrados, o adora
de uma maneira.
Ao contrário do que se pensa, a
cultura indiana não é predominantemente politeísta. Para a
maioria dos indianos, há uma
única divindade, a partir da qual
tudo foi criado.
Há duas linhas seguidas pelos
locais: a personalista, que crê em
uma divindade com forma humana, e a impersonalista, que crê em
uma energia. O "Rigveda", um
dos livros mais antigos da humanidade, cita o senhor Narayana
como Deus. Com quatro braços,
ele representaria o ponto máximo
que a consciência humana poderia atingir. Seria como o Sol, responsável pela vida na Terra, com
o papel de criador.
Depois, viriam as três manifestações responsáveis pelo Universo: Brahma, a energia criativa,
Vishnu, que sustentaria o Universo, e Shiva, a força da inércia e da
destruição.
Parte dos filósofos, os "mayavadis" impersonalistas, diz que o
cosmos é como um pêndulo. O
movimento inicial seria a força de
Brahma, criação; ao parar e começar a voltar, se influenciaria por
Shiva, destruição; e o balanço seria de Vishnu, o sustentador.
Essa vibração teria surgido do
som inicial, o "om" (se pronuncia
"aum"), cujo "a" seria a força inicial, o "u", a que sustenta, e o "m",
a destruição. Os praticantes de ioga meditam com esse som. Ao fim
da vibração, sobraria a transcendência, estado no qual se alcançaria o samádi, ou transe.
Muitos indianos crêem que,
quando as energias do planeta estão carregadas, uma encarnação
de Vishnu desce à Terra para matar os demônios. As duas últimas
teriam sido Krishna e Buda. Antes, teria encarnado o senhor Rama, cuja história é contada no épico "Ramayana".
No Brasil, há o movimento Hare
Krishna (Iskon), uma reforma
realizada no século 15, para a qual
a forma original de Krishna teria
sido Govinda, o protetor das vacas, considerado forma suprema
e transcendental.
(FRED ECKSCHMIDT)
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