São Paulo, segunda-feira, 23 de setembro de 2002

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Mantra em templo de Krishna tem preço

NA ÍNDIA

O mundo de Krishna -o principal deus do ramo do hinduísmo conhecido como vaishnavismo (adoradores de Vishnu)- pode ser explorado no Estado de Uttar Pradesh, próximo a Agra. Lá estão as cidades de peregrinação de Vrindavan e Mathura, onde nasceu o deus hindu.
Conta a mitologia que essa história começou há aproximadamente 5.100 anos, quando essa parte da Índia era governada por um demônio chamado Kamsa. Ele teria uma irmã chamada Devaki, casada com Vasudeva.
Um dia o casal voltou de uma festa com Kamsa e, nesse momento, teria tido a revelação de que o oitavo filho de sua irmã o mataria e seria o novo rei. Ele imediatamente resolveu acabar com o problema matando sua irmã ali mesmo. Ainda segundo a lenda, Vasudeva, com toda sua eloquência, convenceu seu cunhado a não matar sua mulher, alegando que isso lhe causaria muitos problemas. Se ele desistisse de assassiná-la, o casal entregaria todos os seus filhos ao demônio à medida que eles nascessem. Kamsa resolveu aceitar a proposta.
O casal então foi preso no porão do palácio e, na noite em que nasceu o oitavo filho -a energia material em sua forma Maya (ilusão)-, o tempo parou.
Esse fato deu a chance para Vasudeva trocar seu filho por uma criança que nascia no mesmo local, em Vrindavan. Dessa forma Krishna foi salvo e a profecia se realizou. No local há hoje um grande templo, avistado a partir da estrada.
Perto dali, o turista também pode visitar a colina de Govardhana (levantada por um dedinho de Krishna, quando era criança) e os kundas (lagos), onde Krishna e Radharani (sua namorada) se banhavam e onde se passa a dança-rasa -uma dança da divindade com 108 gopis (garotas) e que denota o supra-sumo da filosofia.
Em Vrindavan pode-se visitar o templo onde ficava a casa de Krishna, o poço onde Radharani tirava água e o quarto dela.
Nesses locais, não leve dinheiro graúdo, somente moedas e notas pequenas. Dica imprescindível é não conversar com ninguém nos templos. O turista acaba sendo assediado e convidado a participar de mantras. Essa integração, porém, custa caro, pois as pessoas chegam a lhe pedir até US$ 100 por um minutinho de mantra.



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