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rumo norte
Belém é para ser visitada usando a boca antes dos olhos
VER-O-PESO - Desfrutar frutas do mercado serve de início a passeio; complexo histórico une arte sacra e contemporânea
ROGÉRIO ASSIS
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM BELÉM
"Quem foi ao Pará, parou; tomou açaí, ficou", diz o dito popular, adaptado da letra de um
famoso carimbó. Mas engana-se quem acha que o açaí é a única delícia a ser provada no Pará.
Basta uma caminhada pelo
Ver-o-Peso para saber que o
verso pode ser improvisado
com as dezenas de frutas, pimentas e ervas. E não precisa
nem arrumar a rima.
Uma das principais atrações
do mercado, além da vista da
baía do Guajará, que banha a cidade, são as barracas das vendedoras de ervas que prometem curar todas as moléstias.
De dor de cabeça e impotência
sexual a solidão, desemprego,
falência e outros entraves.
Da vasta gama de remédios,
passe para a imensa variedade
de peixes. Nas bancas estão os
enormes filhote e pirarucu, o
sofisticado tucunaré, e os pré-históricos acari e tamuatá.
Não é à toa que Belém conquistou três estrelas no "Guia
Voyager Pratique Brésil", da
Michelin, que classificou a capital paraense como detentora
de uma das mais refinadas manifestações da culinária nacional.
Para provar esses sabores, siga 200 m à direita do Ver-o-Peso até chegar à Estação das Docas, antigo porto modernizado
que trouxe a essa área da cidade
uma ilha de glamour. Lá há vários restaurantes, com destaque para o Lá em Casa, do renomado chef Paulo Martins, e o
Capone, de Janjo Proença. Ambos servem comida regional
com tratamento gourmet.
Para a sobremesa, siga para a
sorveteria Cairu, que oferece
uma infinidade de sabores exóticos e de excelente qualidade.
Depois da comilança, recomenda-se uma sesta, pois o calor e a umidade não permitem
longas caminhadas. A tradicional chuva de quase todas as tardes ajuda a embalar o sono.
Como a temperatura não
muda ao longo do ano, os belenenses dizem que há duas estações: a que "chove todo dia" e a
que "chove o dia todo".
Histórico
O complexo Feliz Lusitânia é
o núcleo histórico da cidade.
Fica ali o forte do Presépio, erguido pelos portugueses no início do século 17 para proteger a
entrada para o rio Amazonas,
dando início à cidade de Santa
Maria de Belém do Grão Pará.
A catedral da Sé, de onde sai o
Círio de Nossa Senhora de Nazaré também faz parte do complexo, bem como o museu de
Arte Sacra, que ocupa a igreja e
o colégio jesuítico de Santo Alexandre, ambos do século 18,
com uma importante coleção
de imagens e objetos litúrgicos
datados dos séculos 17 a 19. A
Casa das Onze Janelas, que
completa o Feliz Lusitânia,
abriga excelente acervo de arte
moderna e contemporânea.
ROGÉRIO ASSIS é repórter-fotográfico e editor-executivo da revista "Pororoca"
ESTAÇÃO DAS DOCAS
Bulevar Castilho França, s/nº; tel.:
0/xx/91/3212-5525;
www.estacaodasdocas.com.br
LÁ EM CASA
Na Estação das Docas; tel.: 0/xx/
91/3212-5588;
www.laemcasa.com
CAPONE
Na Estação das Docas
tel.: 0/xx/91/3212-5566
CAIRU
Há diversas unidades, entre elas as
da Estação das Docas e da travessa
14 de março, 1.570
tel.: 0/xx/91/3242-2749
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