São Paulo, quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

rumo norte

Belém é para ser visitada usando a boca antes dos olhos

VER-O-PESO - Desfrutar frutas do mercado serve de início a passeio; complexo histórico une arte sacra e contemporânea

ROGÉRIO ASSIS
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM BELÉM

"Quem foi ao Pará, parou; tomou açaí, ficou", diz o dito popular, adaptado da letra de um famoso carimbó. Mas engana-se quem acha que o açaí é a única delícia a ser provada no Pará.
Basta uma caminhada pelo Ver-o-Peso para saber que o verso pode ser improvisado com as dezenas de frutas, pimentas e ervas. E não precisa nem arrumar a rima.
Uma das principais atrações do mercado, além da vista da baía do Guajará, que banha a cidade, são as barracas das vendedoras de ervas que prometem curar todas as moléstias.
De dor de cabeça e impotência sexual a solidão, desemprego, falência e outros entraves.
Da vasta gama de remédios, passe para a imensa variedade de peixes. Nas bancas estão os enormes filhote e pirarucu, o sofisticado tucunaré, e os pré-históricos acari e tamuatá.
Não é à toa que Belém conquistou três estrelas no "Guia Voyager Pratique Brésil", da Michelin, que classificou a capital paraense como detentora de uma das mais refinadas manifestações da culinária nacional.
Para provar esses sabores, siga 200 m à direita do Ver-o-Peso até chegar à Estação das Docas, antigo porto modernizado que trouxe a essa área da cidade uma ilha de glamour. Lá há vários restaurantes, com destaque para o Lá em Casa, do renomado chef Paulo Martins, e o Capone, de Janjo Proença. Ambos servem comida regional com tratamento gourmet.
Para a sobremesa, siga para a sorveteria Cairu, que oferece uma infinidade de sabores exóticos e de excelente qualidade.
Depois da comilança, recomenda-se uma sesta, pois o calor e a umidade não permitem longas caminhadas. A tradicional chuva de quase todas as tardes ajuda a embalar o sono.
Como a temperatura não muda ao longo do ano, os belenenses dizem que há duas estações: a que "chove todo dia" e a que "chove o dia todo".

Histórico
O complexo Feliz Lusitânia é o núcleo histórico da cidade.
Fica ali o forte do Presépio, erguido pelos portugueses no início do século 17 para proteger a entrada para o rio Amazonas, dando início à cidade de Santa Maria de Belém do Grão Pará.
A catedral da Sé, de onde sai o Círio de Nossa Senhora de Nazaré também faz parte do complexo, bem como o museu de Arte Sacra, que ocupa a igreja e o colégio jesuítico de Santo Alexandre, ambos do século 18, com uma importante coleção de imagens e objetos litúrgicos datados dos séculos 17 a 19. A Casa das Onze Janelas, que completa o Feliz Lusitânia, abriga excelente acervo de arte moderna e contemporânea.


ROGÉRIO ASSIS é repórter-fotográfico e editor-executivo da revista "Pororoca"

ESTAÇÃO DAS DOCAS
Bulevar Castilho França, s/nº; tel.: 0/xx/91/3212-5525; www.estacaodasdocas.com.br

LÁ EM CASA
Na Estação das Docas; tel.: 0/xx/ 91/3212-5588; www.laemcasa.com

CAPONE
Na Estação das Docas tel.: 0/xx/91/3212-5566

CAIRU
Há diversas unidades, entre elas as da Estação das Docas e da travessa 14 de março, 1.570 tel.: 0/xx/91/3242-2749


Texto Anterior: Instabilidade não deve diminuir as vendas de resorts no Brasil
Próximo Texto: Rumo norte: Parques criam reservas naturais no meio da cidade
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.