São Paulo, Segunda-feira, 24 de Janeiro de 2000


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NAVIOS NA COSTA
Observe a vista da baía de Vitória no Convento da Penha, a 158 m de altitude, em Vila Velha
Paisagem de Vitória preenche a visão

da enviada especial

A chegada ao porto de Vitória, no Espírito Santo, é um espetáculo à parte do cruzeiro oferecido pelo Rhapsody.
Para chegar à capital, uma ilha de 81 quilômetros quadrados, o navio entra em um canal estreito, de cerca de 7.500 metros de comprimento, com uma largura que varia de 75 m a 120 m. Por isso, dá para ver as duas margens.
A paisagem preenche toda a visão, agraciada pelo frescor da manhã, já que o navio chega ao porto por volta das 7h.
Ou seja, para ver a beleza do canal, é preciso acordar cedo e estar nas pontes externas pelo menos às 6h30 -um desafio para quem passou a noite dançando na discoteca.
Mas vale o sacrifício. Além de apreciar a paisagem, aproveite para acompanhar todo o processo de atracagem do navio.
Na proa, geralmente vazia, posicionam-se os marinheiros prontos para jogar âncoras e lançar as cordas ao cais. O rebocador vem buscar o navio para puxá-lo, ajudando nas manobras necessárias.
É um pequeno show, disponível somente para os que acordam cedo, como foi o caso, no dia 16 de dezembro, de Luciana Alvim, 21, da cidade de São Bernardo do Campo (SP).
Ela acordou às 6h30 -depois de dançar até as 3h30 na discoteca- para ver a chegada do navio, porque ouviu dizer que era muito bonita.
"Valeu a pena", conta ela, que viajava com uma tia e estava curtindo principalmente o fato de haver "gente de tudo quanto é lugar" a bordo.
A atracagem, feita no silêncio da manhã, quando a luz do dia ainda não está muito forte, mostra que, afinal de contas, se está a bordo de um navio, com marinheiros trabalhando na proa e oficiais trabalhando na sala de máquinas e na torre de comando.

Caminhada
Uma particularidade de Vitória é que a cidade é pequena, com 280 mil habitantes, e suas principais atrações -a catedral metropolitana, o Palácio Anchieta, que guarda o túmulo do jesuíta José de Anchieta, e o teatro Carlos Gomes- ficam perto do porto, não estão distantes uma da outra e podem ser visitadas a pé.
Um marco significativo do Espírito Santo, o Convento da Penha, porém, fica na cidade de Vila Velha, berço da colonização do Espírito Santo, no continente.
O convento fica encravado em uma rocha, a 154 metros de altitude, e de lá é possível ver a baía de Vitória, a praia de Camburi e o morro do Moreno, numa vista panorâmica de quase 360 graus.
O interior do convento, que mantém o mesmo aspecto desde 1644, vale uma visita rápida e silenciosa.
Para chegar lá, pode-se ir de táxi e atravessar a Terceira Ponte, com quatro quilômetros de extensão, um dos cartões-postais da Grande Vitória.
Mas o mais barato, mesmo, é ir em um dos barcos que fazem as vezes de transporte público entre as ilhas e o continente.
O trajeto custa menos de R$ 1 e dá para descer ao lado do início da Ladeira das Sete Voltas -uma trilha íngreme para pedestres, de 589 m de extensão, que leva até o convento.
Também é possível usar as kombis que, por R$ 1, levam o turista até a porta do convento e, depois, de volta ao pé do morro.
No final, antes de voltar ao Rhapsody, não deixe de almoçar e provar algumas delícias da cozinha capixaba, como a moqueca -preparada com pouco azeite de dendê, em comparação à receita baiana- e a torta capixaba, feitas com peixe e frutos do mar.
(CHIAKI KAREN TADA)

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