|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
NAVIOS NA COSTA
Observe a vista da baía de Vitória no Convento da Penha, a 158 m de altitude, em Vila Velha
Paisagem de Vitória preenche a visão
da enviada especial
A chegada ao porto de Vitória,
no Espírito Santo, é um espetáculo à parte do cruzeiro oferecido
pelo Rhapsody.
Para chegar à capital, uma ilha
de 81 quilômetros quadrados, o
navio entra em um canal estreito,
de cerca de 7.500 metros de comprimento, com uma largura que
varia de 75 m a 120 m. Por isso, dá
para ver as duas margens.
A paisagem preenche toda a visão, agraciada pelo frescor da manhã, já que o navio chega ao porto
por volta das 7h.
Ou seja, para ver a beleza do canal, é preciso acordar cedo e estar
nas pontes externas pelo menos
às 6h30 -um desafio para quem
passou a noite dançando na discoteca.
Mas vale o sacrifício. Além de
apreciar a paisagem, aproveite
para acompanhar todo o processo de atracagem do navio.
Na proa, geralmente vazia, posicionam-se os marinheiros prontos para jogar âncoras e lançar as
cordas ao cais. O rebocador vem
buscar o navio para puxá-lo, ajudando nas manobras necessárias.
É um pequeno show, disponível
somente para os que acordam cedo, como foi o caso, no dia 16 de
dezembro, de Luciana Alvim, 21,
da cidade de São Bernardo do
Campo (SP).
Ela acordou às 6h30 -depois
de dançar até as 3h30 na discoteca- para ver a chegada do navio,
porque ouviu dizer que era muito
bonita.
"Valeu a pena", conta ela, que
viajava com uma tia e estava curtindo principalmente o fato de haver "gente de tudo quanto é lugar" a bordo.
A atracagem, feita no silêncio da
manhã, quando a luz do dia ainda
não está muito forte, mostra que,
afinal de contas, se está a bordo de
um navio, com marinheiros trabalhando na proa e oficiais trabalhando na sala de máquinas e na
torre de comando.
Caminhada
Uma particularidade de Vitória
é que a cidade é pequena, com 280
mil habitantes, e suas principais
atrações -a catedral metropolitana, o Palácio Anchieta, que
guarda o túmulo do jesuíta José
de Anchieta, e o teatro Carlos Gomes- ficam perto do porto, não
estão distantes uma da outra e podem ser visitadas a pé.
Um marco significativo do Espírito Santo, o Convento da Penha, porém, fica na cidade de Vila
Velha, berço da colonização do
Espírito Santo, no continente.
O convento fica encravado em
uma rocha, a 154 metros de altitude, e de lá é possível ver a baía de
Vitória, a praia de Camburi e o
morro do Moreno, numa vista
panorâmica de quase 360 graus.
O interior do convento, que
mantém o mesmo aspecto desde
1644, vale uma visita rápida e silenciosa.
Para chegar lá, pode-se ir de táxi
e atravessar a Terceira Ponte, com
quatro quilômetros de extensão,
um dos cartões-postais da Grande
Vitória.
Mas o mais barato, mesmo, é ir
em um dos barcos que fazem as
vezes de transporte público entre
as ilhas e o continente.
O trajeto custa menos de R$ 1 e
dá para descer ao lado do início da
Ladeira das Sete Voltas -uma
trilha íngreme para pedestres, de
589 m de extensão, que leva até o
convento.
Também é possível usar as
kombis que, por R$ 1, levam o turista até a porta do convento e, depois, de volta ao pé do morro.
No final, antes de voltar ao
Rhapsody, não deixe de almoçar e
provar algumas delícias da cozinha capixaba, como a moqueca
-preparada com pouco azeite de
dendê, em comparação à receita
baiana- e a torta capixaba, feitas
com peixe e frutos do mar.
(CHIAKI KAREN TADA)
Texto Anterior: Navio ancora por 16 h em Salvador Próximo Texto: Navio deixa lixo escapar em alto-mar Índice
|