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LEGADO RUSSO
Grandes construções em estilo barroco serviram de casa de campo de czares e alojamento para oficiais e tropas
Palácios à Versalhes embelezam região
DO ENVIADO ESPECIAL À RÚSSIA
No século 18, cada nobre construía ao redor de São Petersburgo
a dacha (casa de campo) de que se
julgava merecedor. Passados dois
séculos e meio, esse patrimônio
arquitetônico numeroso se tornou bastante singular.
Há o palácio Orianienbaum e o
palácio Pavlovski, ambos abertos
ao público. Mas os mais imponentes são o Peterhof, com suas
160 fontes em jardins à francesa, e
o Tsarkoye Selo, construído para
a czarina Catarina 1ª e no qual alguns czares passavam o verão.
Chama atenção nessas edificações o esmero dos arquitetos em
imitar a grandeza barroca que a
corte francesa exibia em Versalhes. São, de certo modo, "versalhesinhas", com muita opulência:
há salões com guirlandas douradas, ambientes orientais com paredes recobertas de seda, salas de
tronos e de jantares oficiais, pinacotecas preciosas, com obras sobretudo italianas e francesas, e
ainda jardins de uma geometria
simétrica, que era uma das manifestações remotas da racionalidade que geraria o iluminismo.
Quando em 1941 os alemães cercaram São Petersburgo, esses palácios foram transformados em
alojamentos para oficiais e tropas.
E, quando eles bateram em retirada, três anos depois, as dependências foram em parte destruídas.
Mas o governo russo já havia se
precavido quando a guerra eclodiu. No Peterhof, das 4.000 peças
tombadas pelo valor histórico,
2.000 estavam escondidas em
búnqueres na Sibéria.
Mesmo assim, tanto nele quanto no Tsarkoye Selo, a tarefa de
restauração já dura mais de 50
anos e talvez não seja integralmente concluída tão cedo.
Os dois palácios ficam a cerca de
30 km de São Petersburgo. As
agências de turismo cobram cerca
de US$ 45 por uma visita guiada.
(JOÃO BATISTA NATALI)
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